19/08/2011
VOZ NO DESERTO: UGTpressnº 0252 afirmou que não havia um movimento sequer de apoio ao combate à corrupção. Pois não é que, para orgulho nosso, esse grito de apoio partiu justamente da União Geral dos Trabalhadores do Brasil. A UGT fez manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff e o presidente Ricardo Patah declarou: manifestamos total apoio às iniciativas que visam investigar e punir exemplarmente todos aqueles que se servem de cargos públicos para promover o desvio dos recursos, que tanta falta fazem nas escolas, hospitais, delegacias e obras de infraestrutura, fundamentais para o desenvolvimento nacional". Mais informações no site da UGT: www.ugt.org.br
NORUEGA: os atentados na Ilha de Utoya, em Oslo, Noruega, espantaram o mundo, não só pela quantidade de crimes contra os jovens indefesos ou pela frieza de um radical de direita. Anders Behring Breivik tem assemelhados por todo o mundo, inclusive no Brasil, como se viu naquela tragédia do Rio de Janeiro (Escola Tasso da Silveira, em Realengo). A intolerância ao multiculturalismo é um fato cada vez mais comum nas chamadas sociedades do primeiro mundo: em geral países em declínio econômico, com falta de empregos, grande contingente de imigrantes e ansiedade diante de um futuro incerto. O espanto é maior quando se notam as declarações de líderes importantes. Francesco Sperone, ex-ministro italiano, disse em entrevista de rádio: "as ideias de Breivik são em defesa da civilização ocidental". O político francês, Jaccques Courela, endossou parte do manifesto escrito por Breivik. Muitos outros (minoria, felizmente), mundo afora, devem estar pensando o mesmo.
MEDIOCRIDADE: o longo e controvertido manifesto de Breivik, com nada menos de 1.500 páginas, amplamente divulgado na internet, é uma coletânea de mediocridades neofascistas. Os argumentos são velhos chavões, copiados de estreptosas declarações de ultradireitistas, às quais pouca gente dá crédito. Em geral é antisemita e anti-islamita, criticando a mistura de raças existente no Brasil. Aliás, nosso país, segundo o jornal "O Estado de São Paulo" é citado 12 vezes no manifesto. Brivik diz que essa mistura de raças seria responsável "pela suposta falta de coesão interna, que transformaria o Brasil em um país de segunda classe" (Estadão 26/07).
BREIVIK E O SISTEMA NORUEGUÊS: Anders Behring Breivik é um jovem de 32 anos e, se pegar a pena máxima do país (21 anos), sairá da cadeia com 53 anos. Se aplicarem a legislação antiterrorista, classificando os crimes como atentados contra a humanidade, sua pena subirá para 30 anos e, no caso, ele sairá da cadeia aos 62 anos, idade ainda confortável. Interpretações de última hora, improváveis na Noruega, podem perpetuar a pena. Seu advogado está considerando-o como mentalmente incapaz. Se a defesa for bem sucedida nessa linha, ele não poderá ser condenado. A Noruega, país desenvolvido, com alto índice de respeito aos direitos humanos, certamente com um sistema penitenciário moderno, proverá Breivik de todas as condições para uma sobrevivência digna. Ele poderá se dedicar a escrever livros ou artigos para aqueles que pensam igual a ele. Terá público garantido, embora, como se viu, escrever não é o seu forte.
PAÍS EXEMPLAR: a escolha do Prêmio Nobel da Paz é feita por uma comissão norueguesa, que todos os anos se reúne em Oslo, conforme o desejo de seu criador, o sueco Alfred Nobel. Isso se deveu ao caráter pacifista da Noruega. Mesmo nos dias seguintes aos atentados, os noruegueses, fieis à tradição, foram capazes de percorrer as ruas centrais da capital, em uma silenciosa caminhada pela paz, surpreendendo inclusive as autoridades do país. A tragédia, inusitada e incompreensível, não mudará a forma de ser da Noruega, uma democracia sólida.
POLÊMICAS: as medidas adotadas pelo governo brasileiro para buscar frear a valorização do real foram, no mínimo, polêmicas. Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, classificou-as como "péssimas" e Luis Eduardo Assis, ex-diretor de Política Monetária do mesmo banco, defendeu-as como "eficazes" (Estadão 29/07). Vá saber! Do alto de nossa incapacidade e diante das opiniões controvertidas de tão doutas autoridades, UGTpress entende que o melhor mesmo seria não aumentar os juros, controlar os gastos públicos, acabar com os déficits (previdência e outros), diminuir substancialmente a dívida pública e tomar outras medidas em direção à eficácia da máquina pública. Ou seja: buscar resolver com simplicidade, sem invenções no vocabulário econômico. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!"
UGT - União Geral dos Trabalhadores