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UGT Press 251 : Impérios


04/08/2011

RAZÕES E CAUSAS PARA A QUEDA DE UM IMPÉRIO: se religião ou fundamentalismo religioso fossem uma das causas para o enfraquecimento dos grandes impérios, certamente teriam razão aqueles que acusaram o cristianismo como causa da derrocada do Império Romano. Essa opinião não deve ser predominante e há inúmeros outros fatores que contribuem para a diminuição da influência mundial de um país, região ou povo. Cada vez mais, por exemplo, a tecnologia assume um papel preponderante na conquista de mercado. E o poder de guerra nunca perdeu sua importância, desde Alexandre ou Gengis Khan. Nestes tempos modernos, muitas são as variantes e, como é recente a substituição do Império Britânico pelo Império Americano, tem sido possível buscar causas mais consistentes.
PATRICK J. BUCHANAN: o professor Buchanan, comentarista político e conselheiro de importantes presidentes americanos, escreveu um dos livros mais importantes e intrigantes sobre a Segunda Grande Guerra Mundial (Churchill, Hitler e a Guerra Desnecessária" PocketOuro/Ediouro), no qual defende que a Inglaterra simplesmente optou pelas armas, enquanto absolve outros países, inclusive a Alemanha, de tê-la fomentado. Polêmico, porque contrário a quase tudo o que foi lido, ouvido e visto a respeito do assunto. O decisivo desse e de outros livros é a unanimidade: as duas grandes guerras ajudaram a enfraquecer o Império Britânico.
ALEMANHA: a própria Alemanha, já foi várias vezes candidata a potência mundial, desde os tempos de Bismarck (Otto von Bismarck 1815/1898), passando pelos Kaiseres (Wilhelm I - 1797/1888 - e Wilhelm II - 1859/1941). Historiadores atestam que tanto Wilhelm II quanto Hitler não queriam guerra contra o Império Britânico, Buchanan incluído. Willhelm II abdicou em 1918 e Hitler se suicidou em 1945. Apesar de duas destruições, a Alemanha é hoje a maior potência industrial da Europa, provavelmente desistindo de se tornar um império. Na opção de guerra pelos ingleses estava embutido o medo da Alemanha se tornar um império rival. As guerras pesaram-lhes muito e foram providenciais para os Estados Unidos, que se consolidaram na segunda metade do século 20 como a maior potência mundial.

IMPÉRIOS QUE DESAPARECERAM: sete grandes nações iniciaram o século 20 como grandes potências. Os impérios britânico, francês, alemão, austro-húngaro, russo, otomano e japonês estavam se consolidando. Quando terminou o século, com duas guerras mundiais, só permaneceram os Estados Unidos como superpotência porque eles souberam ficar fora das duas guerras até seus atos últimos, só entrando no tempo final, conseguindo evitar o destino daquelas sete grandes nações. Contudo, depois da tragédia de 11 de setembro, Bush meteu o pé pelas mãos e cometeu inúmeras atrocidades, fazendo os Estados Unidos serem um país odiado. Bush praticamente acabou com a Era Reagan.

UNIÃO SOVIÉTICA: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi formada a partir da Revolução Bolchevique, em 1917. Extremamente beneficiada por duas grandes guerras mundiais, o Império Soviético chegou a ter 15 repúblicas e mais de 20 milhões de quilômetros quadrados. Em 1991, vítima do capitalismo-científico e outros fatores internos, houve a fragmentação territorial e econômica da URSS. Em seu lugar, tentou-se criar artificialmente a malograda CEI-Comunidade dos Estados Independentes. A Rússia, fiel a seu passado imperial, segue sendo o maior país do que restou da antiga União Soviética.
ESTADOS UNIDOS: os Estados Unidos se tornaram uma potência militar e econômica, mas cometeram inúmeros e crassos erros, interna e externamente. Internamente, vêm sendo assolados por um fundamentalismo religioso e político. Externamente, vêm se metendo em todos os cantos do mundo, posicionando-se como polícia global. Endividaram-se de maneira brutal, permitiram o agigantamento da China e criaram um Estado cronicamente deficitário. Seu processo de aproximação política com a China é irreversível e perigoso. O mundo olha estupefato para a situação americana e acompanha a agonia de um presidente, virtualmente refém do Poder Legislativo. O acordo que se fez dá pouco fôlego ao presidente Obama e condiciona totalmente o resto de sua administração.

IMPÉRIO EMERGENTE: a China é considerada atualmente um império emergente e tem vocação natural para isso, em função de sua história e população. Está atrelada econômica e comercialmente aos Estados Unidos. Não tem contra si o fundamentalismo religioso, está estimulando o confucionismo (Confúcio 551AC/479AC), pratica um centralismo político rigoroso e possui o maior contingente de mão-de-obra barata existente no mundo. A China é, antes de tudo, um império comercial, com enorme desenvolvimento científico e tecnológico.

FUTURO INCERTO: as discussões no Congresso Americano, a enorme dívida americana, a suspensão de seus maiores projetos, sua impossibilidade de continuar almejando ser a polícia do mundo, a dependência das nações, inclusive da China e outros países asiáticos, do comércio com os Estados Unidos, tudo isso, nos leva a especular em relação ao futuro do mundo neste início de terceiro milênio. O mínimo que se pode dizer é que temos um futuro incerto, dependente da capacidade política de homens e mulheres, os líderes das atualmente maiores nações da Terra.

RAZÕES E CAUSAS PARA A QUEDA DE UM IMPÉRIO: se religião ou fundamentalismo religioso fosse uma das causas para o enfraquecimento dos grandes impérios, certamente teriam razão aqueles que acusaram o cristianismo como causa da derrocada do Império Romano. Essa opinião não deve ser predominante e há inúmeros outros fatores que contribuem para a diminuição da influência mundial de um país, região ou povo. Cada vez mais, por exemplo, a tecnologia assume um papel preponderante na conquista de mercado. E o poder de guerra nunca perdeu sua importância, desde Alexandre ou Gengis Khan. Nestes tempos modernos, muitas são as variantes e, como é recente a substituição do Império Britânico pelo Império Americano, tem sido possível buscar causas mais consistentes."




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