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UGT Press 247: Continuam os atos de corrupção


11/07/2011

USA CORTAM PAGAMENTO AO BRASIL: a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou emenda que põe fim ao pagamento de 147 milhões de dólares anuais, destinados ao Instituto Brasileiro do Algodão e referente compensação pelos altos subsídios americanos à lavoura do produto. O pagamento anual foi acertado em 2009, por acordo autorizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Essa decisão dá ao Brasil a oportunidade de retaliar os Estados Unidos em termos de comércio internacional. Resta saber se o governo brasileiro tem vontade política ou força moral para fazer isso.
RISCO AMERICANO: a situação dos Estados Unidos inspira muitos cuidados: no mês passado o CDS (Credit Default Swap) americano chegou a custar mais do que o brasileiro. Explicando: o CDS é uma espécie de garantia do investidor para se segurar contra um eventual calote no resgate de títulos do tesouro. É preciso esclarecer que não foi o risco do Brasil que diminuiu e sim o risco dos Estados Unidos que subiu. É sabido que o montante da dívida americana está no teto e Barack Obama espera a votação de lei autorizando aumentar o limite.
COMO PODE? perguntas despretenciosas em artigo sobre economia: o diretor de uma empresa industrial alemã conversa com possíveis parceiros numa fábrica em São Paulo: Mas por essas contas, o custo de produção no Brasil é 30% maior que na Alemanha. É isso mesmo?"
um executivo francês que trabalha no Brasil e tem família em Santos: "Pelo telefone fixo, é mais caro falar de Santos para São Paulo do que de Paris para São Paulo. Como pode?"
de outro empresário: O Brasil tem tudo para produzir energia - rios, quedas dágua, ventos, petróleo, biocombustíveis e até minério de urânio. E tem também a energia mais cara do mundo. Como pode?" De um operador do JP Morgan nos EUA, comentando com brasileiros: "O Brasil tem prazo de validade, vai até a Copa. Depois, todo mundo vai rever investimentos". Os depoimentos foram revelados por Carlos Alberto Sardenberg, do jornal O Estado de São Paulo (20-06-11).
O PREÇO DA CORRUPÇÃO: as últimas notícias dão conta daquilo que todos já sabiam: os percentuais de propinas descem até os funcionários menos graduados das repartições. Prova disso foi o afastamento de funcionários do Ministério dos Transportes (o ministro caiu dias depois). Imaginem dali para cima! É por isso que o Trem-Bala foi orçado em 35 bilhões de reais e as empreiteiras dizem que ele vai custar 50 bilhões e é por isso que esse tal trem é prioridade, enquanto no metrô de São Paulo faltam 300 quilômetros de trilhos e o trabalhador demora três horas para chegar ao emprego. UGTpress tem insistido sobre o papel das centrais de trabalhadores, pois essa inversão de prioridades está transformando a qualidade de vida do trabalhador brasileiro num inferno.
TOMBINI E AS NEGOCIAÇÕES SALARIAIS: o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, funcionário de carreira, certamente com alto salário e aposentadoria garantida pelo teto, além das mordomias habituais, diz que os acordos salariais que estão por vir podem ser mais um desafio para evitar nova subida da inflação. Tombini quer que os sindicatos não olhem apenas para o retrovisor. Ele se esquece que no momento do acordo, os trabalhadores já perderam o seu poder do compra e, a partir do primeiro mês de novo salário, já começam a perder de novo. Talvez ele pudesse fazer uma experiência: tentar viver com o maior piso salarial do Brasil por apenas um mês. O Brasil paga muito mal seus trabalhadores e, sim, os salários precisam subir acima da inflação. No Brasil, os salários são de fome e todos numa família somam suas migalhas para poder sobreviver. O senhor Tombini perdeu uma boa oportunidade de ficar calado e, se possível, de diminuir os escorchantes juros que ele paga para o andar de cima da sociedade. Isso está ao alcance dele. Os salários não! Eles são fruto de livre negociação. O governo do Sr. Tombini (leia-se Dilma Rousseff) nem moral tem para pedir isso, sobretudo, depois que autorizou os planos de saúde a reajustarem o preço dos seus serviços com índices acima da inflação."




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