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UGT Press 242: Paloci - novo comportamento político


25/06/2011

MANCHETE ESCLARECEDORA: Segurança eletrônica movimenta US$ 2 bi" (Folha, B1, 20-05-11). A insegurança no Brasil está ficando tão problemática que o mercado de produtos para garantir um mínimo de tranquilidade aos cidadãos e às empresas cresce continuamente. Segundo a Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos), em 2010 o mercado cresceu cerca de 12% mais do que o conjunto da economia. Estamos falando de segurança eletrônica, portanto o item mais sofisticado dessa fatia de mercado. Mas, na verdade, o mercado da proteção funciona desde o guarda de rua, aquele a quem os moradores pagam uma ninharia por casa, passando pela cerquinha elétrica sobre os muros, aos novos e modernos modelos de alarmes. Até a Copa do Mundo, conforme informa a reportagem, a cidade de São Paulo, que já tem um milhão de câmeras, poderá chegar a dois milhões desses olhos eletrônicos. Enquanto aumenta a capacidade e a especialização do ramo, também os bandidos vão se adaptando. Nos últimos meses, por exemplo, eles se especializaram em explodir os caixas eletrônicos com dinamites, porém sem queimar o dinheiro.
SINDICATOS DOS TRABALHADORES EM SEGURANÇA: cresceram também em número e representação os sindicatos dos empregados em empresas de vigilância em todos os estados brasileiros. Só no Estado de São Paulo são quase 20 sindicatos. A convenção coletiva de trabalho da categoria mostra a pujança do setor, com pisos salariais que variam em torno de mil reais mensais por trabalhador, com gratificações e adicionais significativos, dependendo da função exercida, que vai do vigilante ao supervisor ou do auxiliar de monitoramento eletrônico ao coordenador operacional de segurança, estes últimos com pisos salariais próximos de dois mil reais mensais. Não é muito, considerando o grau de risco da função. Grandes empresas atuam no setor (oferecendo proteção e produtos), calcula-se que no Brasil existam 35 mil delas. Nos mês de maio (entre os dias 24 e 26) essas empresas promoveram exposição em São Paulo, por onde passaram milhares de interessados. Enquanto o Estado não oferecer um mínimo de segurança aos cidadãos, o setor continuará crescendo. Este custo, certamente, faz parte do Custo Brasil, mas é normalmente esquecido quando se discute o tema.
PIB LATINO-AMERICANO: a participação da economia brasileira no Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina cresceu bastante em 2010, chegando a representar 43,1% do total da região, o dobro do México e cinco vezes a da Argentina. Os dados foram divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil ganhou maior participação nos dois últimos anos (2009 e 2010) em função do bom desempenho de sua economia. Não esquecendo que a super valorização do real brasileiro foi fundamental para a conquista desses números. No relatório do FMI "Panorama da Economia Mundial", há um alerta: "Devido a importância sistêmica do Brasil para a região, muitos países vizinhos estão se beneficiando do seu forte crescimento. Por outro lado, uma desaceleração abrupta da atividade econômica no Brasil teria efeitos adversos sobre a região".
CRISE DE ENERGIA NA CHINA: notícias das agências internacionais mostram que o gigante da economia mundial, a China, poderá ter uma crise sem precedentes no fornecimento de energia elétrica. Algumas regiões já se preparam para racionamentos e, com certeza, a situação se agravará a partir do verão (começa em julho). Em algumas cidades, as municipalidades proibiram o uso de ar condicionado abaixo de 26 graus. Segundo a Folha de São Paulo (20/05) "o principal vilão é o custo crescente do carvão, responsável por 71% da matriz energética chinesa", ecoando frase de funcionário da estatal Chinacoal "algumas empresas produtoras de energia estão com um grave déficit por terem perdido a capacidade de comprar carvão. Haverá falta de eletricidade quando os estoques acabarem".
CASO PALOCI: o caso que envolve o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, é emblemático porque cria no universo político um novo tipo de comportamento ou procedimento. Em geral, anteriormente, nos casos parecidos (não estamos afirmando que é igual), políticos escondiam essas receitas, transformando-as em dólares ou depositando em paraísos fiscais. Um homem com a envergadura e o desempenho de Palocci nas lides governamentais (deputado federal, ministro da Fazenda e novamente deputado, um dos chefes da campanha de Dilma Rousseff e agora na Casa Civil), possui enorme ficha de informações estratégicas. Evidente que sua assessoria é fundamental para algumas empresas. Se é ética, é outra coisa. Ele tomou alguns cuidados: as receitas aparecem depois que ele deixou o governo Lula, estão aglutinadas nos serviços de uma empresa de consultoria, com pagamento de Imposto de Renda (certamente por lucro presumido), as aquisições enumeradas foram feitas pela empresa e não por ele de forma particular. Antes de entrar na Casa Civil, ele mudou a natureza da empresa, adaptando-a às exigências da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Em resumo, o que ele fez é legal. O que pode fazer a oposição é questionar a moralidade desses atos. Mas, registra-se que é uma nova forma da classe política privilegiada fazer aparecer os seus ganhos extraordinários. Enquanto a legislação não for mudada, isso é possível. Como ministro, no entanto, ele provocou o primeiro grande estrago no governo Dilma.

SEGUIMOS CRESCENDO: os dados da arrecadação de tributos, divulgados pela Receita Federal, estão mostrando que a economia continuou acrescida no primeiro quadrimestre do ano, embora com oferta de emprego inferior ao mesmo período de 2010. O governo tem feito um esforço sério para desacelerar a economia e esses números surpreenderam até mesmo o Banco Central. Com restrição no crédito e aumento dos juros, certamente, a economia vai desacelerar nos próximos meses. Mas, alguns técnicos já estão afirmando que a desaceleração será insuficiente para segurar o crescimento da inflação. Só falta o governo se esforçar ainda mais para segurar nossa economia, provocando um desastre em função de um ou dois pontos a mais nos índices de inflação."




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