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UGT Press 235: Apagão de mão-de-obra


26/04/2011

OBRAS DO PAC NÃO DÃO EXEMPLO: o mínimo que se poderia esperar de obras financiadas com recursos públicos é que elas cumprissem a legislação. Não é assim. As obras financiadas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), principalmente na área da construção civil, tiveram um aumento, entre 2006 e 2010, de 232% na aplicação de autos de infração pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). E olhe que não estamos falando de fiscalização eficiente, pois, é mais do que sabido, que a fiscalização do MTE é precária. Houve um cara de pau", ligado ao setor patronal, que debitou o aumento do número de irregularidades às falhas da fiscalização no passado. Só no Brasil!
APAGÃO DE MÃO DE OBRA: não é novidade que está faltando mão de obra qualificada no Brasil. Isso vai afetar ainda mais a já combalida capacidade para competir no mercado internacional. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que mais de dois terços das empresas consultadas se queixaram da dificuldade para contratar trabalhadores para a produção, sobretudo pessoal de curso superior e técnico. Como o Brasil tem suprido esse mercado? Com a importação de trabalhadores da América Latina, com trabalhadores que vem do exterior para trabalhar em obras com financiamento externo (China, principalmente) e pela migração, gente oriunda de países em crise, como é o caso de Portugal. Aliás, os portugueses jovens, em função das dificuldades momentâneas de seu país, estão novamente aportando no Brasil em busca de trabalho.
RODÍZIO À ESPANHOLA: não se trata de rodízio de carnes ou de frutos do mar. "Rodízio à espanhola" é um termo que vem batizando a malandragem das empresas da Espanha, que, para pagar menos encargos, dispensam e recontratam trabalhadores. Com altos índices de desemprego, os trabalhadores se sujeitam aos contratos temporários. Pela lei, contratos temporários não geram multas rescisórias. Em contratos normais, um trabalhador com um ano de empresa tem direito à indenização de 25 a 40 dias. Com a crise, as empresas estão se valendo das brechas na legislação para fugirem dos encargos sociais.
PUXÃO DE ORELHA: o professor Walter Russell Mead, da Universidade Yale, deu uma entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" (ele estava participando de um seminário da FGV em Brasília), na qual disse: "O Brasil já é um poder mundial, é hora de parar de pensar como um adolescente". Curiosamente, o professor Walter acha que o Brasil não tem ainda uma proposta clara como país no cenário internacional. Ele afirmou: "O Brasil quer ser uma potência mundial, mas, quando eu pergunto aos brasileiros o que isso significa para eles, mesmo as pessoas que são especialistas em política externa não têm uma resposta clara sobre o que o Brasil quer fazer com o seu papel de potência global" (A-8, 10-4). Com a palavra o Itamaraty.
CUIDADOS COM A PETROBRÁS: a Petrobrás é de longe a empresa brasileira que mais vai investir no país nos próximos 5 anos. Entre 2010 e 2014, segundo José Sérgio Gabrielli, os investimentos da Petrobrás poderão atingir mais de 200 bilhões de dólares. É um poder assustador, quase um estado dentro do Estado. No passado, antes da onda de fusões e incorporações, foi costume dividir empresas que cresciam demais e ameaçavam criar monopólios. Hoje, a tendência é outra. Há, contudo, quem admita, sem que o Estado perca o controle, maior pulverização da propriedade das ações e, talvez, até a divisão segundo a atividade. Por exemplo, na prospecção, no refino e na distribuição poderiam caber três empresas distintas."




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