17/02/2011
PANTANOSA: a companhia aérea Pantanal é provavelmente subsidiária da TAM, tanto tempo faz que trabalham juntas. Em São José do Rio Preto (SP), ela tem alguns voos para Cumbica, mas, via de regra, não cumpre os horários. Às vezes, simplesmente cancela os voos. Na terça-feira, dia 8, o voo das 13h:50min foi cancelado e, depois de muita espera, os passageiros foram acomodados no voo TAM para Congonhas, que sai à tarde (17h:15min), com todos os inconvenientes para os passageiros com conexões para outras cidades do Brasil e do exterior. Já na sexta-feira, a Pantanal cancelou dois voos de Cumbica para São José do Rio Preto, acomodando os passageiros no voo TAM de Congonhas, que saiu depois das 22 horas. Como havia passageiros de São José do Rio Preto para Guarulhos à noite, estes foram acomodados nos hotéis da cidade e alguns perderam conexões para o exterior. Imagine o transtorno que isso causa. Esses são fatos de uma só cidade e dá para pensar o que acontece no resto do Brasil às barbas de nossa ineficiente Anac.
PREÇOS PRATICADOS EM AEROPORTOS: quem viaja muito, sabe que normalmente os preços praticados em aeroportos são mais altos do que em outros lugares, embora não exista nenhuma justificativa para isso. No Brasil, tais preços têm se elevado desproporcionalmente em comparação a qualquer parâmetro. Uma coca-cola em Congonhas custa apenas" R$ 5,10, uma água R$ 4,10 e um misto quente (dos pequenos) R$ 9,50. Quem fiscaliza isso? Como vamos ter Copa do Mundo e Olimpíadas? Dá para antever o que vai acontecer em nossos aeroportos (e fora deles!).
CENTRAL DE TRABALHADORES:ao ler as duas notas acima, alguém poderia perguntar: pode uma organização de trabalhadores, por exemplo, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), se preocupar com esses temas (caos aéreo, preços nos aeroportos ou nas praias, como foi objeto de um boletim anterior?). Pois bem, quem é que defende a classe média deste país? Segundo os últimos dados, o Brasil incorporou milhões de pessoas à chamada "classe C", a esmagadora maioria de trabalhadores e trabalhadoras. São pessoas que estão viajando pela primeira vez, comprando passagens, gastando em aeroportos e consumindo em locais turísticos. Portanto, esses brasileiros devem ser parte da preocupação de nossas centrais de trabalhadores. A UGT está dando o exemplo.
XENOFOBIA: o embaixador da Espanha no Brasil, Carlos Alonso Zaldívar, escreveu longo artigo na página Tendências/Debastes, da Folha de São Paulo (07-02-11), justificando o impedimento da entrada em território espanhol da brasileira Denise Osório Severo. Diz o embaixador que "um caso isolado como esse não pode dar margem a qualificar a Espanha e as suas forças policiais como racistas ou xenófobas nem dizer que perseguimos os brasileiros em aeroportos espanhóis". Nem tanto à montanha e nem tanto a Maomé. Desde há muito tempo, as autoridades espanholas recrudesceram a fiscalização em relação aos latino-americanos e, em particular, aos brasileiros. Até aí um direito deles. Ocorre que os investimentos espanhóis na América Latina e no Brasil, com seus inúmeros negócios e vastos interesses, não autorizam uma postura dessas contra cidadãos documentados, cuja intenção é estudar ou fazer turismo. É lamentável a atitude da Europa e dos Estados Unidos contra os brasileiros. Os USA melhoraram muito a partir de 2010, exatamente porque sentiram os prejuízos decorrentes da ausência dos brasileiros em terras ianques).
PENA DE MORTE: a discussão sobre a pena de morte no Brasil é uma discussão inútil. A pena já existe na prática. Levantamento feito pela Folha de São Paulo (1º/02) mostrou que os policiais do Rio de Janeiro mataram, em média, 3 pessoas por dia nos últimos quatro anos (4.370 mortes de civis). Em São Paulo e outros estados não é diferente, o número de mortos é realmente muito alto, suplanta o de regiões conflituosas como o Iraque ou Afeganistão. Juntando esses dados às estatísticas do trânsito, podemos afirmar que o Brasil é o país onde mais se morre de causas não naturais.
FALECE O SECRETÁRIO-GERAL DA CUT-HONDURAS:Israel Salinas, líder sindical de Honduras e da América Central, faleceu segunda-feira (14), na queda de uma aeronave nas proximidades de Tegucigalpa. Muito respeitado em sua região, Salinas foi um dos fundadores da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas). A UGT-Brasil, por seu presidente Ricardo Patah, lamentou a perda dizendo que "Salinas, por sua liderança e presença, fará muita falta ao sindicalismo latino-americano"."
UGT - União Geral dos Trabalhadores