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UGT Press 198: Política rasteira


16/09/2010

POLÍTICA RASTEIRA: alguns jornais brasileiros fizeram um estardalhaço em relação à possível motivação política para a quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato José Serra. Por si só, o ato é condenável. Parta de onde partir. Mas, a análise que deve ser feita não é do ato em si. Primeiro, deve-se perguntar por que a política brasileira desceu a um nível tão rasteiro. Até porque (é só olhar a propaganda) não há santo nessa disputa eleitoral. Foi-se o tempo em que a política era uma sadia forma de renovar os quadros administrativos e parlamentares de um país. Desde o descobrimento, nunca houve transparência na arte de praticar a democracia no Brasil.

CANDIDATOS POPULARES: a profusão de nomes populares às eleições parlamentares, em todo o território nacional, traz sempre a discussão sobre a Reforma Política, alardeada desde os estertores da ditadura militar. O Brasil perdeu a oportunidade de promover boa Constituinte. Realizou-a por meio de seus deputados e senadores, gente que iria disputar a próxima eleição. Lógico que ninguém se preocupou em cortar na própria carne. O que vimos, em consequência, está aí: partidos com vida artificial, partidos de aluguel, nenhum deles com um cotidiano autêntico e todos desprovidos dos mais elementares princípios democráticos. Por isso, os caciques correm atrás dos candidatos populares, nomes com expressão midiática (artistas, religiosos, jogadores de futebol, etc.), visando garantir uma soma razoável de votos para a legenda.

O MAR EM PERIGO: quando se fala que o mar está em perigo, o risco atinge nada menos do que dois terços do planeta, área responsável pelo início da vida. Os constantes desastres com plataformas de prospecção de petróleo provocam calafrios nos ambientalistas. Hoje, pelas finitas reservas em terra, toda a exploração de petróleo voltou-se para o fundo do mar, com possibilidades bastante promissoras. Ocorre que essa exploração é cheia de riscos, tanto para os trabalhadores como para o meio ambiente. Os vazamentos de petróleo, de todos os tamanhos e dimensões, alguns enormes, são um permanente perigo para a vida marítima. Também as explosões têm tirado a vida de inúmeros trabalhadores, inclusive no Brasil. Razões econômicas, mais do que as evidências que saltam à cara, colocam as empresas petrolíferas em corridas exploratórias, normalmente sem as precauções necessárias. Imagine o mar contaminado e a vida ali comprometida.

OS NEGÓCIOS DA PETROBRÁS: a Petrobrás cresceu muito e está se tornando um governo dentro do governo. É a mais poderosa organização brasileira. Ações, recompras de área do pré-sal, compras junto aos fornecedores, contratação de serviços e de funcionários, domínio de tecnologia própria e influências de caráter econômico e político fazem dela o maior motor dos negócios nacionais. Está mais do que na hora de colocar um freio moral na Petrobrás, através de melhores mecanismos de controle. Talvez uma discussão deve ser começada, sem perda do controle estatal, sobre a divisão empresarial de suas áreas: exploração, refino e distribuição. É um tema polêmico, merecedor de profundos estudos. O próximo presidente, qualquer que seja, não pode adiar mais essa discussão. A Petrobrás precisa ser mais transparente.

SOMOS IMPORTADORES: o Brasil está se tornando a meca dos exportadores mundiais. Hoje, está importando mais do que a China. Com moeda valorizada, expansão da economia e entusiasmo nos negócios, está importando de tudo, de bugigangas a máquinas industriais. As importações brasileiras estão lastreadas pelos preços das commodities, vale dizer exportações de matérias primas. Isso não é tão bom como pensam muitos.




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