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UGT Press 195: A invasão Amarela


02/09/2010

A INVASÃO AMARELA: entrevistado pelo Estadão em primeiro de agosto, o professor Antonio Delfim Netto disse: Os chineses compraram a África e estão tentando comprar o Brasil". Essa preocupação chinesa de obter espaço em outros territórios não é de hoje. Faz parte da estratégia de um país superpopuloso, já entre as maiores economias do mundo e olhando para toda a parte, principalmente para as áreas despovoadas e férteis. Aí, nesse figurino, podem entrar o Centro-Oeste brasileiro e a Amazônia Internacional, toda a imensidão verde de Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela e outras áreas limítrofes.

EMPRESAS AGRÍCOLAS CHINESAS: a maior empresa chinesa do setor agrícola é a China National Agricultural Development Group Corporation. Ela opera em mais de 40 países e tem 80 mil funcionários, dos quais 10 mil no exterior. O grupo já anunciou a intenção de adquirir áreas para a produção de soja e milho, especialmente em Goiás. A empresa Chongqing Grain Group estava disposta a comprar 100 mil hectares no oeste da Bahia, destinando-os à produção de soja para os mercados brasileiro e chinês. O Grupo Pallas Internacional também mostrou interesse em comprar áreas no oeste da Bahia e "possivelmente no conjunto de áreas de cerrado do Maranhão, do Piauí e do Tocantins, conhecido por Mapito" (Estadão, 3/8, A-3).

PRÉ-SAL E MINERAÇÃO: reportagens de jornais paulistas mostram que há sobra de dólares no mercado financeiro chinês e que os chineses estão indo às compras. A cobiça pelo pré-sal brasileiro é visível. A Petrobrás fez um empréstimo de 10 bilhões de dólares junto ao Banco de Desenvolvimento da China (BDC) e deu como garantia o fornecimento de 200 mil barris/dia de petróleo, durante 10 anos. Na área de siderurgia e mineração, a estatal Wuhan Iron Steel anunciou projetos no total de 11 bilhões de dólares no eixo Rio de Janeiro/Minas Gerais. A China vê o Brasil como um fornecedor de suprimentos estratégicos para a sua crescente indústria.

BALANÇA COMERCIAL: já anotado em outros boletins e alardeado por jornais brasileiros, a balança comercial entre Brasil e China tende no futuro a ser amplamente favorável à China. Na medida que nos consolidamos como um país fornecedor de matérias-primas e produtos agrícolas, cada vez mais importaremos produtos industrializados da China. É uma relação perversa, sem futuro, nada promissora. O empréstimo da Petrobrás lembra o acordo entre Portugal e Inglaterra, dando o controle da alfândega brasileira para os ingleses.

PERIGO OU OPORTUNIDADE: num país que tudo está à venda, as autoridades brasileiras ainda não sabem (ou não decidiram) se os investimentos chineses representam um perigo ou uma oportunidade. O professor Delfim Netto diz que "a competição com a China não tem nada a ver com o setor privado. Tem a ver com o governo, que é ineficiente, gastador, não dá suporte adequado, não produz a infraestrutura" (Estadão, B-6, 1/8). Em outras palavras, o professor acha que nossa burocracia jurássica impede o governo de ser moderno e ditar as regras mais adequadas para a normatização das relações bilaterais."




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