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UGT Press 189: Espetáculos de Mídia


20/07/2010

ESPETÁCULO: o país está se acostumando a um novo tipo de espetáculo: o da exposição ampliada de crimes e pessoas. Sem critérios, com preocupações de audiência e de mercado, a mídia desfila as entranhas de determinado caso, por certo período, até que outro fato semelhante se interponha. Autoridades, especialistas e notáveis dão suas opiniões, julgando e condenando publicamente e por antecipação o suposto criminoso. Foi assim no caso Nardoni e está sendo assim no caso Bruno. Esses são grandes casos, mas as mídias estão repletas de pequenos fatos e acontecimentos que sujeitam pessoas, empresas e instituições a vexames nem sempre justificáveis. Não há antídoto para isso. Eventuais injustiçados não terão uma única chance de se reerguerem aos olhos da sociedade. Pior é o espetáculo das autoridades, disputando espaço na mídia, fornecendo documentos e divulgando declarações exclusivas". Pessoas despreparadas que denigrem a função pública.

PAÍS DOS PRIMÁRIOS: desde o século passado (década de 40), o Brasil bem que se esforça para ser um país industrializado. Criou Volta Redonda, a siderúrgica, importou fábricas de automóveis e está produzindo aviões. Contudo, os números não mentem. Levantamento da Folha de São Paulo mostra que o peso dos bens industriais na pauta de exportações caiu 20% em dez anos, passando de 74% a 54%. Ferro e soja são responsáveis por 1/4 das vendas externas brasileiras. Vendemos produtos primários e aumentamos a importação de supérfluos. Especialistas defendem a existência de um programa para recuperar a capacidade competitiva da indústria nacional. Em comparação, a China exporta 90% de produtos manufaturados e os Estados Unidos e União Européia estão por volta de 75%.

EDUCAÇÃO BRASILEIRA: dados divulgados pelo próprio Ministério da Educação mostram que o ensino público está atrasado em relação ao ensino particular. A constatação é dramática: um aluno que sai do ensino privado, com o mesmo tempo de escola, está adiantado em relação a quem sai do ensino público. Esse descompasso se reflete na busca por oportunidades em universidades públicas, onde ingressam mais alunos das classes rica e média (A/B) e menos das classes média-baixa e pobre (C/D). A diferença no aprendizado entre as classes sociais eterniza desigualdades e aprofunda o fosso entre pobres e ricos. Quem mais sofre com essa disparidade são os filhos de trabalhadores. Por isso, a maioria das centrais de trabalhadores brasileiros (UGT à frente) defende uma verdadeira prioridade para a educação.

CAMPANHA POLÍTICA: ofuscada pela Copa do Mundo de Futebol, a campanha presidencial permaneceu em ponto morto. Agora, neste mês e, sobretudo, depois que começar o horário gratuito na televisão, é que ela, de fato, deslanchará. Será efetivamente decisiva como tem sido em todas as eleições da era moderna. O corte no tempo, entre o moderno e o antigo, foi a eleição americana de 1960, quando foi eleito John F. Kennedy. Ali, pela primeira vez, a televisão determinou o resultado do pleito. Pesquisa interessante, feita pelos americanos, mostrou diferença de comportamento entre os que ouviam o debate pelo rádio e os que assistiam pela televisão. A maioria dos que ouviram, votou em Nixon. A maioria dos que viram, votou em Kennedy. Isso estabeleceu o predomínio da imagem e da televisão nas campanhas políticas.

SISTEMA S: em seu clipping, Marco Roza lembra: o Brasil arrecadará em 2010 nada menos do que 11,3 bilhões de reais. É muito dinheiro, todo ele administrado pelos patrões. Depois, afirmam que as centrais de trabalhadores, com míseros 50 milhões arrecadados junto aos trabalhadores, estão "sendo beneficiadas". Só pode ser piada..."




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