17/12/2009
ENGENHEIROS: diz o professor Roberto Leal Lobo e Silva Filho: inegável que a força da engenharia num país está estreitamente ligada à capacidade de inovação tecnológica e à competitividade industrial" (Folha de São Paulo 14/12). As informações do consagrado professor mostram, só em relação aos Brics, que o Brasil forma por ano cerca de 30 mil engenheiros (em todas as especialidades da profissão), enquanto a Rússia forma 120 mil, a Índia 200 mil e a China 300 mil. No cômputo geral, em relação ao número total de concluintes de cursos superiores, o Brasil forma 5% de engenheiros, o Japão 19%, a Coréia do Sul 25%, a OCDE 14% (sem a China). A produção de trabalhos científicos também escancara a debilidade do Brasil (Brasil 2.000 trabalhos, Índia 4.000, Rússia 3.500 e a China 50.000). Isso se reflete no número de patentes, que mostra que o Brasil tem patamares muito inferiores aos demais países do Bric. Seria bom que o Ministério da Educação do Brasil mostrasse o que vem fazendo para superar essa vergonhosa inferioridade brasileira.
CHILE: a impressionante votação obtida pelo candidato de direita, Sebastián Piñera, nas eleições presidenciais do Chile, mostram os 20 anos de desgaste da coligação de centro esquerda. O segundo turno será disputado em janeiro e, desde já, de acordo com as pesquisas, são visíveis as dificuldades de Eduardo Frei, candidato apoiado pela presidente Michelle Bachelet. O mais estranhável é que, embora de direita, Sebastián Piñera defende idéias moderníssimas como a distribuição da pílula do dia seguinte e a união civil de homossexuais. No entanto, os analistas estão inseguros ao fazer previsões para o resultado das eleições. Para eles, a disputa foi zerada: haverá nova eleição.
PAUL A. SAMUELSON: faleceu em 14 de dezembro, aos 94 anos de idade, o professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Paul Samuelson, considerado o maior economista do pós-guerra e ganhador do primeiro Prêmio Nobel de Economia dos Estados Unidos (1970). Suas idéias estavam atualíssimas: em casos de depressão econômica, defendia fortes impulsos governamentais através de gastos públicos ou cortes nos impostos. Muitos estudantes de economia das escolas brasileiras carregaram debaixo dos braços o exemplar do livro "Economia: uma análise introdutória". Um de seus discípulos no Brasil foi o professor José Paschoal Rossetti.
IBGE/FOLHA DE SÃO PAULO: a pedido da Folha de São Paulo, o IBGE tabulou a quantidade de estudantes universitários que trabalha e constatou que, nos últimos dez anos, o percentual, já exagerado, aumentou de 63% para 71%. As matrículas nos cursos noturnos passaram de 56% para 62%. O fato chegou a ser saudado por alguns analistas, mas não deixa de revelar a fragilidade das condições de ensino no Brasil, onde os alunos deveriam estudar e só trabalhar em estágios ou em treinamentos, partes do sistema de aprendizagem. "
UGT - União Geral dos Trabalhadores