15/12/2009
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA: mais uma vez, UGTpress volta ao assunto: o Brasil não tem ainda a sua própria indústria automobilística nacional. Notícias dos últimos dias mostram a Ford, indústria americana praticamente quebrada, anunciando investimentos no Brasil na maior parte com recursos de nossos BNDES. Pode? Pode sim! Desde os tempos em que se planejou a FNM (Fábrica Nacional de Motores), morta por incompetência governamental e por interesse das indústrias estrangeiras, nunca houve preocupação com uma marca nacional de verdade. E olha que o nosso presidente da República é um homem saído das linhas de montagem. A última constatação é que a indústria automobilística brasileira" terá o primeiro déficit comercial e em termos numéricos o país vai importar mais de 400 mil unidades. Esta situação só existia nos Estados Unidos e a situação americana é conhecida por muitos. Os maiores exportadores de veículos para o Brasil são México e Argentina, em função de acordos comerciais. A maior empresa importadora foi a Hyundai com quase 50 mil unidades, das quais somente o utilitário Tucson entrou com mais de 20 mil veículos.
CUSTO BRASIL: "preço do gás no país é dos mais altos do mundo". A manchete é do jornal Folha de São Paulo (29/11) e retrata mais um dos componentes do "custo Brasil", ao lado dos também altos preços de energia elétrica. Não é questão simples: o gás natural energético é responsável pela movimentação de mais de 10% da economia brasileira. A Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Livres) revelou que o gás do Brasil custa US$ 12,46 por milhão de BTU, superior ao custo de Estados Unidos, França, Canadá, Chile e México, países que competem diretamente com o Brasil. Quando se trata de trabalhar a redução da jornada de trabalho, a primeira coisa que o governo e os empresários levantam é a questão da competitividade. Que tal ver o preço do gás, da energia elétrica, dos telefones, das taxas dos serviços públicos?
ENERGIA ELÉTRICA: o custo da energia elétrica e a péssima qualidade do serviço prestado pelas companhias de distribuição são dois lados incompatíveis de uma mesma moeda. O aumento de preço coincidiu com a queda de qualidade na prestação de serviços. Segundo dados da própria Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no ano passado, o brasileiro ficou mais de 15 horas sem energia elétrica, número maior do que em 2001, período do apagão. No norte e no nordeste, a situação é muito pior. Ido Sauer, professor da USP, disse ao Estadão que "pagamos as contas mais caras do mundo e temos uma energia de péssima qualidade". De novo, é de se perguntar ao empresariado nacional: quais tem sido as reclamações sobre este componente do "custo Brasil"?
WILLHELM HOFMEISTER: por muitos anos trabalhando no Brasil, Wilhelm Hofmeister está hoje chefiando o Centro de Estudos da Fundação Konrad Adenauer (Alemanha), em Cingapura. Ele escreveu longo artigo sobre a questão climática e a posição da Ásia, enfocando as decisões da APEC (Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), criticando o fato de que os países da área não demonstraram liderança e preferiram esperar o desfecho da Conferência Mundial sobre o Clima. O artigo foi publicado pelo Estadão, página A-2, em 28 de novembro. Wilhelm Hofmeister foi um dos mais importantes e produtivos diretores da KAS no Brasil."
UGT - União Geral dos Trabalhadores