05/02/2009
COLAPSO SOCIAL: os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a crise na economia são de arrasar. Na hipótese mais otimista, o mundo terá até o final de 2009, cerca de 18 milhões de desempregados. O cenário mais realista estima que 30 milhões de pessoas perderão os seus empregos. Finalmente, se a recessão continuar a se aprofundar, teremos 51 milhões de desempregados. Juan Somavia, o diretor-geral da OIT anunciou esses trágicos números em 28 de janeiro na Suíça. Segundo ele, a crise é acompanhada de um enfraquecimento geral da classe média.
QUANTO CUSTA A CRISE? Todos os países fazem um grande esforço para debelar a crise que começou na maior economia do mundo e se espalha por todos os continentes. Quem está pagando pela crise são os trabalhadores, que perdem seus empregos. Eles e o resto, pagam também em forma de auxílios governamentais, oferecidos aos bancos e às grandes empresas. O governo na Inglaterra calcula que até agora, somadas todas as ajudas governamentais, o socorro pode chegar a nada menos do que sete trilhões de dólares. A informação circulou no Fórum Econômico de Davos (Suíça) e, depois disso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que ainda serão necessários mais 500 bilhões de dólares.
COPA DA LEVIANDADE: poucos artigos de jornal têm a contundência do escrito pelo jornalista Jânio de Freitas, na folha de São Paulo, no início de fevereiro. De acordo com Jânio, a Copa do Mundo custará a soma de 35 bilhões de reais. O articulista se refere também aos planos de estados e prefeituras, citando como exemplo o município de Natal (RN), disposto a gastar 300 milhões de reais com um estádio de futebol. Na esteira dessa disposição está a vontade de diversos políticos de alavancar a popularidade, sedimentando outros vôos eleitorais. Resta saber qual é o retorno de um megaevento como esse. Segundo estudos de outros países, normalmente a Copa do Mundo é uma realização que, se bem feita, pode aumentar o turismo do país. Em longo prazo, poderia ser um bom negócio. Difícil saber.
ESTRADAS, PONTES E VICINAIS: a notícia acima tem mais impacto, porque mexe com uma das mais caras preferências brasileiras, o futebol. Contudo, essa inversão de prioridades governamentais acontece todos os dias: em geral, os governantes dão mais atenção às obras públicas que envolvem grandes gastos. É assim em São Paulo, onde se negligencia o metrô em favor das grandes obras viárias, e é assim nos governos estaduais, onde se privilegiam as estradas, em detrimento da saúde e da educação. Foi no Brasil que um quilômetro de túnel custou mais do que um quilômetro do euro-trem sob o Canal da Mancha. Enquanto perdurar essas situações, não teremos nem saneamento básico e nem educação de primeiro mundo. Que tal começar a denunciar isso?
UGT - União Geral dos Trabalhadores