08/04/2009
DIDÁTICO: o tráfico descobriu que sai mais em conta formar os seus próprios parlamentares do que comprar políticos no varejo para fazê-los passar os projetos e leis de seu interesse. Não que os políticos deixarão de ser comprados - a oferta se renova a cada eleição. Mas, num mundo ideal para o crime, nada como ter os seus próprios quadros em funções chaves". (Ruy Castro, Folha de São Paulo, 23/03/09). Para quem acompanha o caso da Camargo Corrêa, que nada tem a ver com o tráfico (caso que morrerá na praia), sabe que o Brasil é uma ilha cercada de corrupção por todos os lados.
REVELADOR: "o Brasil não faz publicidade de si mesmo, não se projeta quanto deveria em termos comerciais. O Brasil é um protagonista internacional em política, com uma liderança ministerial forte, um serviço diplomático muito eficiente. Mas, em relação aos negócios, acho que muitos no Brasil vêem o mercado interno como o limite das suas ambições". A frase é de Peter Mandelson, ministro dos Negócios da Inglaterra e mostra que basta um setor se sobressair para aparecer as debilidades e as rachaduras de outro. O que não se esperava é que a crítica atingisse a elite empresarial brasileira.
BRASIL: "Estamos recuperando alguma coisa que tivemos de prejuízo porque a nossa política não é a de repassar no curto prazo". Quem fala é o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e refere-se ao repasse dos preços do petróleo sobre os derivados, os quais, hoje, estão mais caros no Brasil do que no exterior. Os lucros da Petrobrás em 2008 beiraram trinta bilhões de dólares e sabe-se que, em maio de 2008, o aumento dos derivados (gasolina e óleo diesel), em média, ultrapassou 10% (dez por cento mesmo).
CAINDO NA REAL: "O ponto é que foi vendida uma mentira para as pessoas desde os anos 70. Prometeram a Terra e agora estão todos preocupados com tudo, seus empregos, suas casas, seus bancos, seu dinheiro, suas aposentadorias". Lesley Prince, professor de psicologia social, citado por Clóvis Rossi, articulista da Folha de São Paulo. Por aqui, desde a queda do regime militar nos fazem acreditar em Papai Noel.
CURTO E GROSSO: "Por todo o país, existem pessoas que trabalham duro e cumprem suas responsabilidades todos os dias, sem o benefício de resgates governamentais ou bônus multimilionários". Barack Obama, presidente dos EUA, sobre o "ultraje" da Seguradora AIG, que anunciou um pagamento de 165 milhões de dólares, a título de bônus, aos seus funcionários graduados. A AIG recebeu ajuda correspondente e como socorro às operações desastradas em ativos lastreados em hipotecas."
UGT - União Geral dos Trabalhadores