27/05/2009
DESENCONTROS: uma das características dessa crise financeira internacional é a disparidade entre os números divulgados: são muitos diferentes, dependendo da fonte ou do analista. Por exemplo, fala-se que os bancos internacionais, principalmente os americanos, vão precisar de muito dinheiro pra se recuperar. Quanto dinheiro? Os palpites vão de 75 a 200 bilhões de dólares, como se isso fosse uma diferencinha qualquer. Entre o menor e o maior número, lá se vai um percentual que ultrapassa 150%. É necessário ter muita informação correta para fazer uma análise confiável.
BRASIL: até abril, o Brasil apresentou saldo cambial de 1,43 bilhão de dólares
os índices da Bovespa retornaram ao patamar intermediário de 50 mil pontos
a construção civil, em função de incentivos, parece que poderá decolar
a Petrobrás e a Vale mantiveram os seus lucros e suas ações estão recuperando seus antigos preços
o dólar está caindo porque há grande afluxo de moeda em função das perspectivas favoráveis do Brasil. São indícios positivos, mas que levaram o presidente do Banco Central a fazer um alerta: A crise ainda não acabou", gritou Henrique Meirelles.
AMÉRICA LATINA: no embalo da entrada de dinheiro no Brasil e em outros países da área, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou em 6 de maio, um relatório positivo. Segundo o diretor do Fundo para a América Latina, Nicolás Eyzaguirre, "a recessão vai ser mais suave e curta na região. Neste momento, chegamos ao fundo do poço e, de agora em diante, a região vai começar a ser recuperar". As previsões são de crescimento já a partir do segundo semestre de 2009.
FMI: como todo relatório de organização multilateral, há sempre uma no cravo e outra na ferradura. No final do "Perspectivas econômicas regionais: hemisfério ocidental", há alusões sobre o impacto da crise sobre os índices de pobreza, à restrição do crédito e ainda sobre a diminuição das remessas americanas para a região, fatores que podem complicar a recuperação de boa parte dos países. Ressalvam a posição de México e Brasil.
RUIM: em meio a boas notícias, a Folha de São Paulo de sete de maio dá amplo destaque ao fato de que 85% das empresas devedoras do Fisco, aquelas que optaram pelo Refis (programa de parcelamento de dívidas tributárias), não cumpriram seus compromissos, sendo por isso excluídas do programa. Notícia ruim porque certamente aí está grande parte das empresas médias e pequenas."
UGT - União Geral dos Trabalhadores