04/01/2018
ANO DIFÍCIL: para qualquer lado que se olhe, 2017 foi um ano difícil. Talvez tenha sido o ano com maiores escândalos, em que as instituições brasileiras chegaram ao fundo do poço em matéria de credibilidade, incluindo setores do Judiciário. Algumas instituições, certamente, ainda guardam resquícios de credibilidade, mas todas indistintamente tiveram momentos em que foram cercadas por dúvidas. Dúvidas da população, dúvidas dos meios de comunicação e dúvidas de outras instituições, embora haja a crença generalizada de que se tratam de “farinha do mesmo saco”. É muito triste abrir a última UGTpress do ano com uma nota negativa, baseada somente em convicções quase impossíveis de serem provadas. Contudo, infelizmente, muitos dos fatos que foram retratados nas páginas dos jornais, nos noticiários de TV e nas redes sociais foram gravados, filmados e mostrados.
FILMES, GRAVAÇÕES E DINHEIRO EM ESPÉCIE: embora setores do Judiciário tenham insistido em invalidar provas robustas e demonstráveis, pelo argumento menor de que foram obtidas por meios ilícitos ou sem autorização, o povo em geral acredita no que vê. Nas ruas, nos bares ou nas igrejas, pessoas respeitáveis, a maioria trabalhadora, se revelam e comentam, entre seus iguais, as suas impressões. São impressões de uma parcela desacreditada de suas instituições e das pessoas que as servem. Como anular a imagem de um deputado carregando uma mala de dinheiro, como desacreditar de uma gravação em que um senador da República pede dinheiro a um empresário e como não enxergar um apartamento cheio de dinheiro? O vaticínio que vem à mente diante desses fatos, desgraçadamente, é o do (ex) Procurador Geral da República, aquele que afirmou sem meias palavras: “estamos sendo governados por uma organização criminosa”.
SINDICATOS: os sindicatos patronais e de trabalhadores não escaparam dessa onda de pessimismo e descrença. Embora a maioria dessas instituições sejam pequenas, lutando com dificuldades em regiões remotas do país ou mesmo no interior dos grandes estados, elas foram atingidas pelo arremedo de reforma trabalhista votado no Congresso Nacional. Deputados e senadores pensam que, com isso, vão acabar com o sindicalismo. Ledo engado. As grandes organizações sindicais, os sindicatos de servidores públicos e aqueles que abrigam trabalhadores de estatais vão continuar nas ruas, reivindicando e protestando. Em regiões remotas ou comunidades menores, pequenos sindicatos vão reiniciar suas lutas, tendo como norte o combate às injustiças e a defesa dos direitos inscritos na Constituição Federal. Questões como a absurda proteção do empregador que pratica “escravidão moderna” serão denunciadas. Há espaço para luta e todos esses espaços serão ocupados pelas organizações sindicais autênticas.
2018, ELEIÇÕES SEM ESPERANÇAS: no próximo anos o Brasil terá eleições, com as mesmas leis, com os mesmos partidos e com os mesmos candidatos. Serão eleitos os mesmos de sempre. Câmara e Senado continuarão com suas maiorias fisiológicas. Na presidência da República, provavelmente, não teremos nenhum Estadista e, ainda por cima, diante da descrença geral do eleitor, correremos o risco de eleger alguém absolutamente despreparado para o cargo. Vejam o exemplo de João Dória na Prefeitura de São Paulo, cuja atuação, felizmente, já está sendo entendida pela maioria paulistana e ele não goza mais do prestígio inicial, perdendo até para o truculento Bolsonaro. Os outros exemplos do passado foram Jânio Quadros e Fernando Collor. Deus nos livre de outro exemplo igual.FELIZ
NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO: o dever nos impele a desejar aos nossos leitores, nossos companheiros sindicalistas da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e das demais centrais brasileiras, um feliz Natal e próspero Ano Novo. Que estejamos errados: que o Poder Judiciário passe a distribuir justiça; que tenhamos um Congresso Nacional melhor do que os anteriores; e que sejamos capazes de eleger o melhor dos presidenciáveis. Especialmente, que tenhamos a partir de 2019, um país melhor e mais justo, sem as trapalhadas históricas que sempre nos acompanharam. Afinal, a esperança precisa manter-se viva! Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, tem uma palavra de estímulo e otimismo: “O Brasil é maior do que as suas circunstâncias negativas. Seremos uma grande Nação no cenário mundial”.
UGT - União Geral dos Trabalhadores