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UGT Press 558: O Capitalismo se fortalece


16/05/2017

DOIS AUTORES, DUAS OBRAS: em 1776, em Londres, Inglaterra, publicou-se a obra “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”, talvez o marco divisório mais importante da história do pensamento econômico. A obra do economista escocês Adam Smith trazia pela primeira vez a metáfora da “mão invisível do mercado”: “Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem da sociedade”. Smith acreditava que os preços das mercadorias cairiam e os salários aumentariam. Esta é a tese. Contudo, ali mesmo, durante a Revolução Industrial, famílias inteiras trabalharam em jornadas estafantes e por péssimos salários. Outro autor famoso, Karl Marx, quase um século depois (1867), escreveria “O Capital”, dando origem à maior e mais bem-sucedida campanha contra o capitalismo. Segundo Frederick Engels, seu amigo e coautor em vários trabalhos, incluindo o Manifesto Comunista, Marx “foi o homem mais odiado e caluniado de seu tempo”. Ambos, Smith e Marx, sem saber, foram os protagonistas dos debates em aulas das universidades do mundo todo, em polêmica que ainda não acabou.

 

MUDANÇAS: o capitalismo vem mudando através dos tempos e, atualmente, podemos dizer que é o sistema predominante. As experiências socialistas implantadas no século passado fracassaram. Depois de passarmos pelo Mercantilismo (séculos XV a XVII), pela Revolução Industrial (séculos XVIII a XX), vivemos uma nova fase, a do Capitalismo Financeiro, com prevalência das grandes empresas transnacionais, enfraquecimento dos Estados nacionais e baixa capacidade de barganha dos trabalhadores. Nunca os salários foram tão baixos quando comparados aos grandes lucros e ao gigantismo das empresas. Exemplo brasileiro muito citado, refere-se aos salários recebidos pelos bancários quando cotejados com os grandes lucros do setor. O século XIX registrou a criação de grandes fortunas e isso tem continuado ao ponto de as maiores representarem os ganhos de um terço da população mundial. Enquanto as fortunas crescem, esse terço do mundo está condenado a uma pobreza abjeta. O colonialismo destruiu ecossistemas, explorou povos nativos e exauriu os recursos naturais. Isso também segue por outras vias: não são mais os Estados e sim as grandes empresas.

 

80 ANOS DE ILUSÃO: depois de duas guerras e do advento do comunismo no leste europeu, houve um ligeiro arrefecimento do capitalismo. Puro medo. Nessa época de ameaça do perigo vermelho, começou-se a falar em repartição ou participação nos lucros, mas foi apenas uma ilusão. Temos um bolo econômico muito maior, mas pior distribuído do que em qualquer época. Hoje, em regiões da África ou da Indonésia, há trabalhadores que voltam para casa, depois de um dia de trabalho, com menos comida do que os seus ancestrais há 500 anos. As respostas a essas críticas são variadas, mas a principal é que estamos construindo um mundo melhor, com mais conforto, saúde e vida mais longa. Paciência, porque o paraíso já é visível no final do túnel. Talvez se esqueçam da escravidão e da exploração escandalosa na Revolução Industrial. Se não tomarmos cuidado, logo voltaremos aos estágios do início do capitalismo. O Estado de Bem-Estar Social está sendo destruído na Europa.

 

EXAUSTÃO DOS RECURSOS: hoje, de fato, vivemos melhor do que no início do século passado, considerando o chamado “padrão de vida médio”. Contudo, estudiosos de renome, preocupados com o meio ambiente, acham que o homem vai exaurir os recursos do planeta, principalmente as matérias-primas. Se este quadro apocalíptico se concretizar, dizem eles, o que será da humanidade? A turma que tem confiança no futuro defende que, como o homem teve capacidade, nos últimos 300 anos de encontrar ou inventar novos materiais, reformular processos produtivos e buscar novas fontes de energia, isso pode se repetir indefinidamente ou, pelo menos, até onde a vista alcança. Outra fonte de vida, eles lembram, mas também sujeita a altas cargas de poluição, é o mar. Esses obcecados por um grande futuro, dizem que as soluções, desde água potável, virão do mar. Esse otimismo é compartilhado por universidades e países, que fazem vistas grossas aos alertas sobre os perigos que corre o planeta. 

 




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