13/09/2016
MEMÓRIA: a memória humana é caracterizada pela capacidade dos seres humanos de adquirir, conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação social. Os principais sistemas de memória reconhecidos pela psicologia cognitiva são a memória sensorial, a memória do trabalho (memória operacional), a memória de curta e longa durações. A de longa duração divide-se em memória declarativa (subdividida em episódica e semântica) e memória de procedimentos. Até aqui manuais de psicologia e a boa Wikipédia. Ivan Izquiedo diz simplesmente que “memória é a aquisição, conservação e evocação de informações”. Nas últimas décadas, com estudos científicos apoiados em modernas técnicas de mapeamento e obtenção de imagens do cérebro, evoluiu-se muito no entendimento dos mecanismos de funcionamento e compreensão da memória. Hoje, já se sabe que a memória pode ser treinada ou melhorada. Piora com a idade e as doenças degenerativas. Isso leva a outra situação: a memória pode ser tratada. É algo complexo, como tudo o que se refere ao cérebro. Não se toca e é um processo ou mecanismo de lembrança, acreditando-se que envolve todo o cérebro. A grande preocupação da atualidade é saber como a memória é afetada pelos dispositivos eletrônicos e pela internet.
AMNÉSIA DIGITAL: discute-se no momento, se o Google é algo útil ou inútil para a memória. As opiniões são diversas: Jean Harper (CNN), autora de um livro sobre Alzheimer (Editora Sextante), diz que pesquisar na internet ou usar o Google é bom para expandir o cérebro. Matéria do Estadão, de 6 de junho (B-12) traz no lide: “Amnésia digital. Com internet sempre à mão, cérebro humano deixa de se preocupar com armazenamento de informações para confiar em banco de dados digital; efeitos de comportamento já podem ser sentidos na educação e no mundo corporativo”. O professor Paulo Bortolucci, da Unifesp, na mesma matéria, afirma: “Amnésia significa esquecer-se de algo: na “amnésia digital”, a pessoa, no entanto, não chega nem a aprender, e, portanto, não consegue esquecer algo que escolheu nem se lembrar”. Outro professor, Adrian F. Ward, psicólogo da Universidade de Austin (USA), informa: “Ao deixar de guardar todos os detalhes de uma questão, nosso cérebro pode liberar suas capacidades cognitivas para resolver um problema. Para mim, porém, tanto faz se você usar a internet ou tiver um papel com as mesmas anotações. No entanto, faço uma ressalva: esse benefício é presente em questões superficiais. Para problemas complexos, como entender a economia do Brasil, é preciso saber pelo menos parte das informações, do contrário não se chega a lugar algum”. Ponto para os professores.
SOMA DE INFORMAÇÕES: há alguma coisa muito clara, ignorada nessas abordagens rápidas e superficiais: hoje se lida com volume impressionante de informações, jamais visto em qualquer outra época da história. Por exemplo, as informações contidas na edição de um dia do jornal “O Estado de São Paulo” era impensável há séculos atrás. Mesmo os estudantes de hoje, com todas as críticas que se faz ao sistema de ensino, saem das escolas com extraordinário cabedal de informações. A internet e todas as ferramentas acessíveis através dela são úteis para o aprendizado e para a memória. É falácia dizer que a utilização de computadores pode embotar a mente das pessoas, limitando-as em relação ao conhecimento. Pelo contrário. Com os modernos meios de informação e comunicação, o homem teve acesso a maior soma de dados e de conhecimentos, inigualável e incomparável, e isto sem dúvida representou ganhos importantes para melhor utilização do potencial do cérebro humano. Por favor, não confundir a busca por informações e conhecimentos com mensagens de WhatsApp e outras.
UGT - União Geral dos Trabalhadores