26/04/2016
PET: polietileno tereftalato, resina plástica, poliéster, polímero termoplástico. Todos esses nomes complicados referem-se a uma patente inglesa de 1941, produto vendido pela primeira vez pela DuPont. Inicialmente foi aplicável na área têxtil mas, a partir dos anos 1970 começou a ser utilizado para fabricar embalagens. Chegou ao Brasil em1988 e hoje é um produto que faz parte da vida do cidadão brasileiro. Seu sucesso se deve ao seu baixo custo de produção, mas o descarte inadequado tem representado grande perigo para o meio ambiente e para a saúde humana. A garrafa PET, super conhecida, tornou-se o principal poluente dos oceanos. Problemas semelhantes estão acontecendo na região dos Grandes Lagos, na fronteira entre Canadá e Estados Unidos. Então, os problemas não veem só dos países pobres ou deseducados do Sul, caso, entre outros, do Brasil.
IMPACTOS AMBIENTAIS GRAVES: o plástico, incluindo o PET, é um poluente que causa gravíssimos problemas ambientais. A principal consequência são os micro-plásticos, pequenas partículas, menores do que cinco milímetros e que possuem a capacidade de absorver compostos químicos tóxicos como os "poluentes orgânicos persistentes/POPs". Ao ser ingerido por animais, o micro-plástico pode tanto matar por asfixia quanto por intoxicação. Essa intoxicação causada pelos POPs é de caráter bio-cumulativo e bio-magnificado, o que significa que ao se alimentar de animal intoxicado, o predador também passa a sofrer do mesmo problema. Em outras palavras, pode afetar o homem se ele se alimentar de peixes contaminados (Fonte: eCycle, Luiz Aires). Cerca de 60 milhões de toneladas de PET são produzidas por ano, o que causou sua acumulação em diversos ecossistemas de todo o mundo.
RECICLAGEM: o Brasil, apesar de todos os problemas, iniciou boa, porém ainda insuficiente, rede de reciclagem. Essa rede, se expandida, terá papel importante na área social. Muitos pobres têm na reciclagem o seu único meio de vida. Dados de Luiz Aires mostram que no Brasil existem cerca de 500 empresas recicladoras, gerando mais de 10 mil empregos, com faturamento anual de mais de um bilhão de reais. Portanto, não é um ramo desprezível. Apesar de relevante, o número é pequeno e representa somente 10% dos municípios. A maioria ainda dessas iniciativas se localiza na região sudeste. Aires também critica a carga tributária, informando, por exemplo, que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre a resina virgem é de 10% enquanto na reciclada é de 12%, havendo, portanto uma espécie de bitributação.
A BOA NOTÍCIA: a Folha de São Paulo, em sua página de Ciência & Saúde (11-03-2016) anunciou a descoberta de cientistas japoneses. Esses cientistas isolaram uma bactéria capaz de comer o plástico PET. Os estudos são iniciais, porém promissores. A bactéria, batizada como Ideonella sakaiensis 201-F6, pode ser considerada possível solução para decompor garrafas e embalagens de plásticas. Os estudos, liderados por Kohei Oda, são de responsabilidade do Instituto de Tecnologia de Kyoto e começaram a partir da retirada de amostras de sedimentos de uma usina de reciclagem de Osaka. Entre 250 amostras de bactérias selecionadas, somente uma se mostrou capaz da proeza de provocar danos às embalagens PET, em processo bem complicado. Tomara que em poucos anos esses cientistas encontrem, como esperam, caminhos para combater a poluição causada pelas embalagens PET.
UGT - União Geral dos Trabalhadores