11/01/2016
NOVA ZELÂNDIA: a Nova Zelândia tinha tudo para ser um país estranho, diferente. E, de fato, é em muitos aspectos. Começou praticamente a ser desenvolvido no século 19, embora tivesse sido ocupado antes, nos séculos 17 e 18. É um país insular (que se assemelha ao formato de ilha), formado por duas grandes massas de terra e outras ilhas menores, além de ilhas autogovernadas, independentes. Tem 268 mil km2, sendo ligeiramente maior do que o Estado de São Paulo. Regida por uma monarquia constitucional parlamentarista, possue renda per capita elevada (35 mil US$) e excelente IDH (0,913). Sua população é pequena, menos de cinco milhões de habitantes, mas vem recebendo imigrantes do mundo todo.
ISOLAMENTO: o isolamento da Nova Zelândia, que retardou seu descobrimento e desenvolvimento (fica a nada menos do que 2000 quilômetros da Austrália), teve um ponto de inflexão importante: até então relativamente atrasada, na década de 1980, com economia fechada, engessada e protegida, um governo de esquerda tomou medidas drásticas, hoje quase todas consideradas de direita. Entre essas medidas estão redução da máquina pública, abolição dos privilégios, fim do protecionismo e implantação da austeridade monetária e fiscal. Os resultados são visíveis e a Nova Zelândia exibe hoje uma saúde econômica invejável.
LIDERANÇAS: uma guinada radical como essa, num país de privilégios, excesso de servidores públicos e déficits por todos os lados, não é para qualquer um. A condução tem que ser feita por estadistas e é preciso existir amplo acordo de vontades, envolvendo todas as classes, empresários e trabalhadores. Tarefa hercúlea. Maurice P. McTigue, um dos articuladores dessa reviravolta, foi claro: “Pode esta situação de agigantamento do estado ser interrompida ou mesmo revertida? Com base em minha experiência pessoal, a resposta é “sim”. No entanto, isso não apenas requer altos níveis de transparência, como ainda é necessário saber lidar com as conseqüências severas de eventuais decisões erradas – e essas não são coisas fáceis”.
TRÊS PILARES NOCIVOS: a identificação de três pilares nocivos da Nova Zelândia foi um passo fácil: gastos excessivos, impostos excessivos e excesso de governo. Não é fácil cortar gastos, tampouco diminuir impostos ou, mais difícil ainda, diminuir a influência do governo na economia. O ministro das Finanças, Roger Douglas, então com pouco menos de 50 anos, assumiu a difícil tarefa. De imediato, esse homem de esquerda, dito socialista, estabeleceu o câmbio livre, tornou o Banco Central independente, aboliu o controle sobre os bancos, liberou as taxas de juros e abdicou de qualquer intervenção no mercado financeiro. Foi uma revolução.
DÉCADA PASSADA: na década passada, um grupo de empresários brasileiros visitou a Nova Zelândia e alardeou por aqui, sem qualquer repercussão, a revolução econômica acontecida naquele país. Isso não quer dizer que o mesmo caminho seja bom para o Brasil, mas é evidente que um país por construir, atolado em erros, pode e deve tirar proveito das lições alheias. Não é só a Nova Zelândia que pode nos oferecer alguns exemplos (talvez o melhor deles seja a adoção da transparência em todos os poderes e níveis de governo), mas também outros que passaram por dificuldades. O Brasil precisa ter essa humildade de buscar soluções onde elas se encontrem.
SIMPLISTA: é claro que aqui estão ideias simplificadas, sem aprofundamento temático. À primeira vista, parecem temas defendidos pela direita mundial. Verdade, mas ninguém que seja de esquerda ou de direita pode ser a favor do déficit público, da corrupção ou da imprudência e do esbanjamento. Quem quiser se aprofundar no tema, basta consultar a internet ou o site do IMB – Instituto Ludwig Von Mises Brasil.
UGT - União Geral dos Trabalhadores