15/12/2015
ONDE ESTÃO NOSSOS GÊNIOS? o senador Marcelo Crivella escreveu um artigo na Folha de São Paulo (03-11-15) sobre o aproveitamento dos talentos humanos. “Há necessidade de criar mecanismos para identificar alunos superdotados para as ciências, as artes, a literatura e os esportes, para que possam desenvolver seus talentos e não sofrerem discriminações”. Fato. Em geral são pessoas diferentes, hiperativas, às vezes indisciplinadas ou mal alunos. No Brasil, os superdotados não são identificados em nossas escolas e é ali o local mais propício para observá-los. Segundo Crivella “a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que cerca de 5% da população mundial possui algum tipo de alta habilidade. Isso equivale a 2,5 milhões de crianças que frequentam o nosso sistema público de educação básica. No entanto, o Censo Escolar de 2014 reconhece apenas 13 mil alunos nessa condição”. É fácil fazer a conta: com 200 milhões de habitantes, devem existir no Brasil 10 milhões de superdotados. A maioria não identificada, embora alguns talvez tenham se sobressaído em suas atividades normais, nos negócios ou nas artes. Como saber? Crivella fez um projeto com essa finalidade e ele deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
MILITARES: depois que o general Antônio Hamilton Martins Mourão criticou a classe política (um desejo de parte da sociedade brasileira), ele foi demitido pelo Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Causou algum ruído, mas não prosseguiu a celeuma nas Forças Armadas. Villas Bôas agiu rapidamente, transferindo Mourão para a Secretaria de Economia e Finanças do Exército, em Brasília. Em entrevista concedida ao jornal “O Estado de São Paulo”, Villas Bôas afirmou sobre a crise: “Cabe às instituições solucionarem. Temos o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal. Todas as instituições do Executivo, do Legislativo e do Judiciário estão funcionando. A gente sente que há uma incerteza. São tantos atores, as variáveis que movimentam, que é difícil dizer qual será o desfecho disso. Mas eu acredito que esta situação vai se solucionar sem quebra da normalidade institucional do país”. Aqueles que se preocupam com nossa velha fórmula de intervenção militar, podem dormir tranquilos: isso não vai acontecer.
A SOLUÇÃO NÃO ESTÁ MAIS NO CONSUMO: segundo as estatísticas econômicas, no auge da mobilidade social do Brasil, quando se alardeava que 30 milhões de pessoas entraram na classe média, o consumo dos brasileiros foi responsável por grande parte do crescimento do PIB (Produto Interno Bruno). Dilma Rousseff, em seu primeiro mandato, insistiu nesta fórmula que, segundo a maioria, já no início de seu governo dava sinais de esgotamento. Esse movimento, espécie de círculo virtuoso, ocorreu entre 2006 e 2012. Adriano Pitoli, sócio da Tendências Consultoria Integrada, declarou ao Estadão (01/11/15) que “mesmo quando a economia voltar a crescer – e não sabemos quando será –, não há nenhum possibilidade de ter o consumo como motor da economia”. Naquela época, o consumo chegou a crescer mais de 7% em média, mas agora todos os índices são negativos e não há perspectiva imediata de crescimento do PIB. Continuamos mal.
NOURIEL ROUBINI: o economista Noriel Roubini é, literalmente, globalizado. Tem nacionalidade americana, mas nasceu na Turquia e foi criado na Itália. Seus pais são judeus iranianos e ele hoje é professor da New York Univesity. Ficou famoso quando previu a crise de 2008 nos Estados Unidos. Seu escritório de consultoria – Roubini Global Economics – foi alavancado por seus acertos. É conhecido também por “Doutor Apocalipse”. Ele falou sobre a crise brasileira: “É consenso que as políticas macroeconômicas do Brasil nos últimos anos foram equivocadas. Houve afrouxamento fiscal excessivo. Além disso, o aumento da oferta de crédito, tanto pelo sistema financeiro, como pelas instituições públicas, foi excessivo, uma forma de estímulo fiscal. Enquanto havia ventos favoráveis no mundo, com a China crescendo 10% a 11%, preço das commodities em alta e o Fed com taxa de juros zero, tudo estava bem. Em 2013, as coisas começaram a mudar: a China passou a desacelerar, commodities começaram a baixar, o Fed passou a indicar que iria iniciar o processo de subir juros” (Folha de São Paulo, 13-10-15). Tudo isso atingiu o Brasil em cheio e, segundo Roubini, “O Brasil está à beira do abismo, mas a crise pode ser evitada”. Tomara!
UGT - União Geral dos Trabalhadores