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UGT Press 474: Registros diferentes


12/11/2015

SÉRGIO EXPRESSÃO: Sérgio Expressão é um homem simples, mas experiente. Advogado, ex-empresário do ramo alimentar, com passagens pelo PMDB e pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto (SP), onde ocupou o cargo de Secretário Municipal da Agricultura. Hoje, naquela cidade, ocupa a presidência do Sindicato Rural, representante dos agricultores daquela importante região produtora. Sindicato patronal, portanto. Religioso, todos os anos faz peregrinação à Aparecida, no Vale do Paraíba. Lá, por ocasião das comemorações alusivas ao Dia da Padroeira, ele assiste missa. Neste ano, ele saiu em prantos da igreja: no momento da benção de objetos, relíquias e lembranças, majoritariamente, as mãos se levantaram exibindo a carteira de trabalho. As pessoas pediam por emprego. Pergunta-se: qual a reação das autoridades federais responsáveis pelos problemas econômicos? Com a palavra o Ministro do Trabalho.

 

CAETANO VELOSO: conhecido por suas canções, o cantor e compositor brasileiro Caetano Veloso esteve com Gilberto Gil em um show em Tel Aviv. Não foi a primeira vez. Decorrência dessa sua última visita, ele escreveu caudaloso artigo no caderno Ilustríssima, da Folha de São Paulo (08/11/15): Encontrou-se com movimentos alternativos, alguns dos quais abertamente contrários à política oficial de Israel. Caetano deixa transparecer que vem mudando de opinião e agora está muito mais próximo dos palestinos. "Eu quero a paz que se mostra desde sempre impossível; mas agora eu a quero sentindo-me muito mais próximo dos palestinos do que jamais me imaginei... Gosto de Israel fisicamente. Tel Aviv é um lugar meu, de que tenho saudade, quase como tenho da Bahia. Mas acho que nunca mais voltarei lá".

 

EDUARDO CUNHA: só no Brasil e em ditaduras da África ou Ásia é possível assistir, via televisão, explicações tão inverossímeis como as que o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, apresentou sobre as suas supostas contas e recursos depositados no exterior. Sem quaisquer documentos comprobatórios, em entrevista arranjada, ele desfilou supostos negócios, todos anteriores à sua entrada na política. Ganhou expressivos minutos no Jornal Nacional da TV Globo e mostrou-se um homem frio, inteligente e, em linguagem popular, cara de pau. Embora a imprensa tenha ouvido o outro lado, fica a impressão que está no ar alguma coisa mais palpável do que aviões de carreira. Certamente, num país sério, ele não seria sequer deputado.

 

PAULO ROBERTO COSTA: Paulo Roberto Costa, aparentemente um nome comum, foi dos primeiros delatores da Lava Jato. Era o diretor de abastecimento da Petrobrás. Mário Sérgio Carvalho, jornalista da Folha de São Paulo, entrevistou-o e fez matéria de página inteira (A8, 08/11/15). Ao lê-la, a impressão que fica é que ele é um pobre coitado. Sua frase "Virei um leproso. As pessoas fugiam de mim e continuam fugindo" foi o mote para ele ganhar a chamada na primeira página de domingo, com importância maior do que muitos dos acontecimentos que estão abalando a República.

 

RENAN CALHEIROS: diante da estonteante exposição negativa do presidente da Câmara Federal, o presidente do Senado da República, Renan Calheiros, posa de coroinha. Seu nome saiu do noticiário. Tem sido extremamente habilidoso em ficar fora de foco.

 

MORTE: "A morte, tão distante e tão próxima... Distante, porque sempre a imaginamos vindo um pouco mais tarde; próxima, porque pode nos atingir a qualquer momento. Se a nossa morte é certa, a hora em que chega é imprevisível. Quando ela se apresenta, não há eloquência que possa persuadi-la a esperar, não há poder que possa detê-la, não há riqueza que possa comprá-la, nem beleza que possa seduzi-la" (Matthieu Ricard, monge budista, em "Felicidade, a prática do bem estar", livro da Editora Palas Athena).

 




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