10/11/2015
MÍDIA AMERICANA: chamou a atenção o artigo de Manuel E. Yepe (Wordpress/Alai) sobre a "ilusão" de que há liberdade de informação nos Estados Unidos. Assunto que vem sendo discutido em universidades e grupos de esquerda americanos. Segundo ele "são apenas meia dúzia de consórcios oligárquicos que exercem o controle informativo, ideológico e político dos meios nos Estados Unidos: General Eletric, News Corporation, CBS, Time Warner, Viacom e Disney". A comparação com 1983 é dramática: naquele ano os levantamentos mostraram que a indústria dos meios estava representada por 50 companhias independentes. Ou seja, a situação mudou por completo em pouco mais de 30 anos.
90% DOS MEIOS CONTROLADOS: segundo Yepe "esses seis monstros financeiros possuem (ou controlam de outras formas) cerca de 90% dos principais meios de imprensa nos Estados Unidos e, consequentemente, exercem um ascendente decisivo em todos os países influenciados pela política informativa de Washington". Essa situação - poucas alternativas e opções de mídia - é decorrência de grandes negócios. Fusões e transferência de capital, sempre com resultados parecidos: maior concentração do setor e menor liberdade de escolha.
RADICAL: Manoel E. Yepe cita literalmente o redator de Walking Times, Vic Bishop, quando este diz: "Cada uma dessas corporações têm suas próprias histórias sombrias, relações e atores suspeitos. Disney é considerada uma esotérica empresa destinada a deformar as mentes das crianças com inquietantes imagens subliminares. Uma dessas empresas é também a duodécima maior contratista da defesa militar americana, não sendo surpreendente que grande parte de nossos produtos de entretenimento se orientem para a glorificação da guerra e da violência". Teoria da conspiração? Licença poética da esquerda radical ou motivo realmente de preocupação e vigilância? Onde há fumaça...
VALORES: independentemente de qualquer posição política ou ideológica, é visível a preocupação da mídia americana na divulgação de seus valores capitalistas, entre os quais o consumismo, a colocação de produtos materiais superficiais e a supremacia da criação artística no cinema e na televisão. Se você olhar, por exemplo, a distribuição de filmes no Brasil, vai verificar que são poucas as distribuidoras e elas controlam o mercado com mão de ferro. Filmes de outros países, incluindo os nacionais, não têm mercado se não forem distribuídos por selos americanos. Há um livro de Pascual Serrano "Desinformação: como os meios ocultam o mundo", que Ignacio Ramonet diz no prólogo candidamente: "Oferecem tanta informação que o público não se dá conta de que algumas (precisamente aquelas que mais nos fazem falta) não estão".
NO MUNDO: se você agregar que cerca de 80% das informações internacionais que são publicadas procedem das quatro grandes irmãs, agências de países do primeiro mundo - AP, UPI, REUTERS e AFP - notará que a pauta será inteiramente corporativa se levarmos em conta a divulgação do pensamento único, o neoliberalismo.
UGT - União Geral dos Trabalhadores