26/10/2015
RACISMO: causou espanto a publicação de um anúncio para a contratação de recepcionista na rede social Facebook: pedia mulheres "entre 18 e 25 anos, acima de 1,70 m e de pele branca". A reação foi imediata com internautas classificando o anúncio como discriminatório e racista. O assunto acabou sendo objeto de ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a empresa responsável pela divulgação do estranho anúncio foi condenada a financiar a produção de 3.500 cartilhas informativas "contra assédio moral e práticas discriminatórias". A exigência das cartilhas foi considerada uma espécie de multa por danos morais coletivos. A lista de discriminações no Brasil não se resume à cor da pele, incluindo, entre outras situações, a idade e o peso das pessoas. Há empresas que afastam nos processos seletivos os candidatos mais velhos e mais gordos. Ponto para o Ministério Público do Trabalho.
MIGRAÇÃO: com os crescentes abusos da União Europeia contra migrantes indefesos, aumentam em outras latitudes novas medidas de proteção à circulação de trabalhadores. Já faz tempo que o Mercosul regularizou a transferência de trabalhadores de um país para outro. Agora, a Comunidade Andina de Nações (CAN), integrada por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, realizou em setembro, oficina de sua Secretaria Geral para revisar as condições do Estatuto Migratório Andino. La Paz sediou a reunião de trabalho, cujos objetivos são "garantir a circulação e residência dos cidadãos no espaço territorial dos quatro países". Com isso, a CAN aproxima-se das condições já existentes no Mercosul e pavimenta a possibilidade de convergência em toda a América do Sul. Não será surpresa se a Unasul (União de Nações Sul Americanas) logo aprovar essas maiores facilidades para a circulação de pessoas em toda a sua área de abrangência. Sabe-se que essas medidas precisarão ser complementadas por outras no setor de educação e previdência, incluindo o reconhecimento de diplomas e a contagem do tempo de serviço, facilitando a aposentadoria dos trabalhadores, mesmo que estes tenham prestado serviços em países diferentes.
HOMEM GANHA MAIS: o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados de 2013 da Demografia das Empresas, mostrando que o salário médio dos homens era 40,5% maior do que o das mulheres. Ou, objetivamente, R$ 2.118,66 para eles e R$ 1.507,69 para elas. Considerada desatualizada, a informação não reflete o cenário atual, mas as condições não devem ter mudado. No mesmo pacote de informações estatísticas, o IBGE declarou que a diferença salarial daqueles que possuíam diploma de nível superior era maior ainda: 267,1% ou de R$ 3.893,06 para 1.457,37. No Brasil, em termos de População Economicamente Ativa (PEC), vem crescendo a participação feminina na força de trabalho das empresas nacionais, estando hoje por volta de 40%, mas ainda inferior aos dados populacionais. No Brasil, a grade populacional mostra 51% de mulheres e 49% de homens. No quadro da participação de mulheres nos empregos, não estão incluídas as empregadas domésticas, calculadas em mais de 5 milhões de pessoas. A participação feminina na força de trabalho da maioria dos países cresceu a partir da Segunda Guerra Mundial.
ESPADA DE DÂMOCLES: algo que ainda ameaça as economias em desenvolvimento é a praticamente certa elevação dos juros nos Estados Unidos. A presidente do FED (Banco Central Americano), Janet Yellen, por enquanto, não decidiu, mas em março ela declarou: "a experiência do Japão ao longo dos últimos 20 anos, e da Suécia, mais recentemente, mostram que promover um aperto nos juros quando a taxa real de equilíbrio permanece baixa pode ter custos econômicos consideráveis, fazendo com que a autoridade monetária demore mais tempo para atingir seu objetivo de garantir a estabilidade dos preços". Acredita-se que os Estados Unidos venham adiando a alta dos juros exatamente pelo medo de retrações monetárias, num momento em que a economia se comporta bem e os índices de inflação estão civilizados. No mês de setembro, o FED se reuniu e adiou mais uma vez essa esperada alta. Acredita--se que só voltará ao assunto em 2016.
UGT - União Geral dos Trabalhadores