UGT Press

HUGO CHÁVEZ: vencido por um câncer devastador, morreu o militar e político venezuelano Hugo Chávez. Um homem com ódios e amores por todos os lados. As massas empobrecidas do país fizeram enormes filas para dar o último adeus ao líder carismático que conduziu o país com mão de ferro por uma década e meia. Para alguém que tem poderes ilimitados, provavelmente, em uma década e meia, tem mais oportunidades para resolver os problemas de uma nação. Se nesse tempo não foram resolvidos os principais problemas venezuelanos e o país segue sendo uma incógnita em relação ao seu próprio futuro, alguma coisa certamente está errada. Amado à esquerda e odiado à direita, Hugo Chávez teve funeral de mito. Apontou o seu sucessor, Nicolás Maduro, que, tudo indica, nesse clima de comoção, vencerá as eleições. Após a sua morte, houve verdadeiro frenesi na mídia internacional. Para citar um só exemplo, o jornal espanhol El Pais, um dos veículos mais importantes do mundo, dedicou-lhe as dez primeiras páginas. Como a mídia vive de novidades, Chávez foi substituído no noticiário pela emergência do Cardeal Jorge Mario Bergoglio.

FRANCISCO, O NOVO PAPA: o Cardeal Bergoglio transformou-se no último 13 de março no primeiro papa jesuíta e latino-americano. Francisco, que remete a São Francisco de Assis, foi o nome escolhido por ele. Argentino de nascimento, filho de imigrantes italianos, foi uma escolha surpreendente. Devagar, vão se colhendo as informações que traçam o perfil desse homem espartano, acostumado a uma vida simples e metódica: acorda cedo, prepara as próprias refeições, anda em transporte público e visitava com frequência as paróquias de sua diocese. Mas, não esperem nada de mirabolante. Em termos teológicos tudo continuará como antes (ele é contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o uso de preservativos e a eutanásia). É possível esperar maior rigor no encaminhamento das questões que atormentaram a Igreja neste início de século. Para os sindicatos uma boa notícia: o Cardeal Bergoglio sempre esteve ao lado dos protestos sindicais e normalmente apoiava as reivindicações dos trabalhadores.
AMOR: o melhor filme estrangeiro do ano (ganhou o Oscar e outros importantes prêmios internacionais), Amor, é uma clara defesa da eutanásia. Produção multinacional (França, Alemanha e Áustria), em cartaz no Brasil neste momento, Amor aborda a vida de um casal octogenário, culto e bem de vida. De repente, o casal é envolvido por um grave problema de saúde da mulher e começa o drama. O filme mostra e narra de maneira bastante crível a situação insustentável dos velhos deste mundo, enquanto a maioria dos mais novos está ocupada com alguma outra coisa. O Brasil é um país que começa a conviver com os problemas da terceira idade, mas sem nenhuma infraestrutura para acolher os seus velhos doentes, que vivem da caridade alheia. Seria bom pensarmos com urgência nos milhões de velhos que estarão nos acompanhando pelas próximas décadas.
CHRIS HUHNE: o ministro inglês foi denunciado por Vicky Pryce, sua ex-mulher, quando ele a deixou por sua assessora de imprensa, Carina Trimingham. História simples, muito comum entre nós. Vicky assumiu a culpa por multas de trânsito para evitar que o marido perdesse pontos na carteira e deixasse de dirigir. Abandonada, Vicky botou a boca no trombone. Resultado: Chris Huhne perdeu os cargos de ministro e parlamentar e, ainda, poderá amargar oito meses de cadeia. Ela, Vicky, também foi igualmente condenada, por sua participação na tramóia. Imagine se alguma coisa minimamente semelhante poderia ocorrer no Brasil.
ENCONTRO: a CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas) lavrou um tento e marcou um encontro importante em Montevidéo para o início de abril. Ela pretende juntar lá os três ex-presidentes do Brasil, Chile e Uruguai - Luiz Inácio Lula da Silva, Michele Bachelet e Tabaré Vásquez. O autor da idéia e da façanha é o secretário geral da CSA, o paraguaio Victor Báez Mosqueira. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Brasil (UGT), louvou a iniciativa e prometeu estar presente.