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UGT Press 338: Precariado


15/04/2013

PRECARIADO: precariado é o proletário precarizado. São trabalhadores que entram e saem muito rapidamente do mercado. São jovens à procura do primeiro emprego, indivíduos que estão na informalidade e desejam alcançar o emprego formal, além de trabalhadores sub-remunerados e inseridos em condições degradantes", explica Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo, em entrevista à Folha (05-01). Ele escreveu um livro - A Política do Precariado (Editora Boitempo) -, onde aborda diversos assuntos: desemprego, precarização, sindicalismo, greve e história das relações de trabalho. A palavra "precariado", utilizada pelo professor Braga, tem tudo para cair no gosto da esquerda brasileira. A palavra nasceu na Europa.

DESMONTE: nenhuma base de sustentação fiscal, por melhor que seja, é capaz de suportar anos a fio de déficit no balanço de pagamentos e ou de gastos públicos ruins e incontroláveis. Segundo Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, ao lado dessas mazelas, o governo de Dilma Rousseff estourou o tripé macroeconômico: câmbio flutuante, regime de metas de inflação e superávit primário. Como se sabe, no final de 2012, o governo permitiu-se a manobras contábeis. Loyola, em entrevista ao Estadão (06-01), disse: "Com o uso da contabilidade "criativa", me parece que o tripé não existe mais". Já há algum tempo, alguns economistas vêm alertando sobre a situação fiscal do Brasil e dizendo que isso pode afugentar os investidores. Só faltava essa em tempos de crise.

CHINA: o novo líder chinês, XI Jinping, substituto de Hu Jintao, tem a responsabilidade de direcionar (ou redirecionar) a China em relação ao seu futuro imediato. Terá 10 anos para fazer isso. Há duas boas pistas: seu pai, Xi Zhoungxhun, sempre foi a favor da reestruturação econômica e contra o massacre daqueles que protestavam em 1989 pela democracia
e, depois de ser eleito, no ano passado, secretário-geral do Partido Comunista, Jinping, como primeiro gesto, repetiu a famosa "viagem para o sul" de Deng Xiaoping, autor inicial das reformas econômicas chinesas ou abertura. Parece mais ou menos óbvio que Jinping poderá colocar em andamento primeiro o aprofundamento da abertura econômica, deixando para depois (ou oportunamente) os avanços políticos. Isso, contudo, já aprendemos, é "tipicamente chinês". O desafio maior do novo líder será combater a corrupção. A China é considerada um dos países mais corruptos do mundo.

INTERVENÇÃO E PROTECIONISMO: o professor da Universidade de Cambridge, Ha-Joon Chang, um dos economistas heterodoxos da moda, esteve em São Paulo para participar de um ciclo de palestras da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por aqui, ele defendeu a intervenção e o protecionismo, manifestando preocupação com a desindustrialização do Brasil. Em entrevista ao Estadão (07-01), o professor disse: "Nenhum país desenvolveu sua indústria sem algum período de proteção, da mesma forma que crianças não podem crescer e se tornarem pessoas produtivas sem irem à escola. A história é prova disso. Os Estados Unidos tiveram as maiores tarifas do mundo por 120 anos até a Segunda Guerra Mundial. Se proteção fosse tão ruim, como os EUA passaram de uma potência agrária de segunda classe para a nação industrial mais poderosa do mundo durante aquele período? O Japão protegeu sua indústria de automóvel por 40 anos. Se a proteção é tão ruim, como a Toyota bateu a GM? Essas pessoas estão dizendo que o Brasil teria a Embraer e a Petrobrás sem o protecionismo? É possível que algumas indústrias tenham sido superprotegidas, mas isso não é o mesmo que dizer que o protecionismo é a razão da fraqueza industrial do Brasil. É, na verdade, a razão pela qual o Brasil tem alguma indústria!". Uau!

FRANÇA: o ator Gérard Depardieu mudou de cidadania: deixou de ser francês para se tornar russo. O motivo, segundo ele, é que o novo governo francês resolveu taxar com mais rigor a renda dos ricos. Quem tem razão? Os países que taxam exemplarmente os seus cidadãos ou os países que são tolerantes para receberem dinheiro alheio? E a Organização das Nações Unidas (ONU) com isso? E a Organização Internacional do Trabalho (OIT) com isso? E a Organização Mundial do Comércio l(OMC) com isso? Simples, se os países tivessem sistemas tributários parecidos, encargos sociais semelhantes e tarifas alfandegárias iguais, talvez a diferença se fizesse em termos de produtividade, tecnologia e outras vantagens comparativas. Essas questões esperarão séculos para ser resolvidas. Contudo, sabe-se que sustentar um Estado ficou caro demais: o Estado francês, segundo a revista "The Economist", consome nada menos do que 57% do Produto Interno Bruto."




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