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UGT Press 342: Um brasileiro na OMC


14/05/2013

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO: a OMC (Organização Mundial do Comércio), fundada em 1995, substituiu o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Tem 159 países membros e sua função é monitorar o comércio internacional, fiscalizando e arbitrando os conflitos entre as nações. Sua sede está em Genebra, na Suíça, possui mais de 700 funcionários e tem um orçamento superior a 400 milhões de reais por ano, dinheiro oriundo de seus associados. A herança que o novo diretor-geral recebe não é das melhores. Sua administração, se solucionados boa parte dos problemas, poderá ser considerada revolucionária. O desafio é grande, entre outros, destravar a paralisia que atinge a Rodada do Doha e combater o protecionismo generalizado que cresce em épocas de crise. O momento é particularmente difícil porque a Europa está em crise, os Estados Unidos têm enormes déficits fiscais e a China é uma nova e instigante realidade no tabuleiro do comércio internacional, acusada de más práticas comerciais. A OMC tem pouquíssima ação no chamado novo comércio eletrônico e nada sabe das transações financeiras internacionais. É, como está, um órgão inútil.

ROBERTO DE CARVALHO AZEVÊDO: as eleições da OMC, um exercício de paciência e cuidado, realizadas na semana anterior, resultaram na eleição do brasileiro Roberto de Azevêdo. Quem é? O senhor Azevêdo, engenheiro elétrico, tem 55 anos de idade e está casado com a embaixadora Maria Nazaré Farani de Azevêdo. Casal com duas filhas e duas netas. Torcedor apaixonado do Fluminense, praticante de futebol aos domingos, o novo diretor-geral da OMC terá quatro anos de mandato, podendo ser reeleito em 2017. Sua posse será em setembro. Considerado um homem calmo, simpático e gentil, conhecedor profundo da área do comércio internacional, onde atua há 18 anos, dos 29 que tem de carreira no Itamaraty. Melhor ainda: tem uma reputação de homem sério, competente e trabalhador. É visto por seus colegas diplomatas como um craque" no que faz. Este brasileiro, apesar dos grandes e quase intransponíveis desafios, tem tudo para ser uma nova liderança internacional.
VITÓRIA: a vitória de Roberto Azevêdo é uma vitória do Brasil, mas não uma vitória para o Brasil, conforme bem salientou Marcos Troyjo, economista e cientista social do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Suas primeiras declarações foram extremamente claras: "Não estamos falando de uma pessoa que vá defender os interesses brasileiros ou promover o Brasil" (Folha de São Paulo, 09-05). Primeiramente, ele terá que se desfazer da impressão de que foi eleito pelos países do sul e por nações com pouca expressão no comércio internacional, como é o caso do próprio Brasil (apenas um por cento dos negócios internacionais no mundo) e contra os grandes países do primeiro mundo. Votaram contra ele a Europa, o Japão e os Estados Unidos. Na verdade, seus poderes são limitados: poderá nomear apenas seis funcionários e quatro adjuntos, em acordo com os países membros e não terá força pessoal nos arbitramentos, geralmente comissões de experts nomeadas pelos países.
ESTADOS UNIDOS/EUROPA: a grande ameaça ao papel disciplinador da OMC poderá ser a efetivação do acordo comercial entre Estados Unidos e Europa. O comércio mundial já é extremamente relevante entre os países ricos: cerca de 80% dos negócios são realizados entre os países do norte. Se concretizado o acordo entre os grandes do norte, como disse Hermínio Blanco, o candidato mexicano que foi derrotado por Azevêdo: "as inovações nas regras para eliminar obstáculos ao comércio entre Estados Unidos e Europa estão bem avançadas e superarão, com folga, as regras que foram estabelecidas pela OMC 20 anos atrás" (Folha de São Paulo, 08-05). O acordo entre esses grandes países será uma resposta à crise e uma marginalização ao crescente protagonismo dos países emergentes, todos eleitores de Azevêdo. Ou seja, em termos internacionais, nada é previsível e a OMC está dentro deste furacão de incertezas.

UFANISMO: naturalmente, a eleição de Roberto Azevedo provocou uma onda de ufanismo no Brasil, especialmente na área diplomática. Na esteira da eleição, por exemplo, de José Graziano, para chefiar a FAO, organismo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. O objetivo principal do Brasil na área internacional continua inatingível: conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Contudo, ao olhar para trás, vê-se que o país tem novo rol no concerto nas nações. O Brasil precisa conciliar seus sucessos externos com a política interna, esta ainda atrasada, marcada por fisiologismos e muito longe dos conceitos civilizados. Enfim a eleição de Roberto de Carvalho Azevêdo para diretor-geral da OMC é um passo à frente e de seu trabalho dependerá a continuidade do prestígio brasileiro.
HOMENAGEM A CARLOS CUSTER: a União Geral dos Trabalhadores do Brasil (UGT), por seu presidente Ricardo Patah, associa-se às homenagens prestadas a Carlos Custer, valoroso sindicalista argentino. Custer foi integrante das extintas Clat e CMT, um dos braços mais antigos do sindicalismo mundial, hoje incorporadas às atuais CSA/CSI. Foi também embaixador da Argentina junto à Santa Sé (Vaticano) e deputado nacional. Pelos relevantes serviços prestados ao sindicalismo internacional e a seu país, Custer recebeu a homenagem no último Congresso Nacional Ordinário da CTA (Central de Trabalhadores Argentinos). Entre os vídeos com discursos e depoimentos, um deles era do vice-presidente da UGT, Laerte Teixeira da Costa, amigo de Custer há várias décadas."




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