05/07/2013
MANIA DE INDICADORES: Rachel Landim, jornalista da Folha de São Paulo, foi atrás dos índices de inflação do Brasil e encontrou nada menos do que 29 deles, na média quase um por dia, incluindo sábados e domingos. Segundo ela quase duas décadas após o Plano Real, que estabilizou a economia, o Brasil ainda é obcecado pela inflação. São realizadas 29 divulgações de índices de preços no mesmo mês. É uma realidade muito diferente de países com economias mais estáveis. Nos Estados Unidos, o mercado acompanha dois índices de preços ao consumidor e um ao produtor. Na Austrália, a inflação é divulgada uma vez a cada três meses" (Folha de São Paulo, 16-06).
CRESCIMENTO DOS SUICÍDIOS: talvez nem passe pela cabeça das pessoas, mas os suicídios entre os jovens cresceram em todo o mundo. No Brasil, calcula-se que aumentaram em pelo menos 30% nos últimos 25 anos. "Na década de 1990, a taxa de suicídio aumentava em todos os países do mundo, e a OMS (Organização Mundial de Saúde) lançou um programa de prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram baixar os números", disse o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp (Folha de São Paulo, 11-06). Os países da antiga União Soviética têm números altíssimos: os cinco primeiros colocados são Lituânia, Rússia, Bielorússia, Cazaquistão e Hungria. Os motivos para o crescimento dos índices de suicídio são diversos, desde a falta de diálogo em casa, falta de apoio na sociedade, desilusão em relação aos ideais, aumento dos casos de depressão em crianças e adolescentes e, incrível, a utilização das redes sociais, onde há uma permanente pressão para ser feliz.
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO: as constantes buscas por fontes de energia, o incremento dos investimentos, as novas descobertas na África e nos Estados Unidos (Dakota do Norte), as produções no mar e em águas profundas, as crescentes extrações no Oriente Médio, ainda responsável por três quartos da produção mundial, e, agora, as novas técnicas de produção de óleo a partir do xisto, provocaram uma grande elevação da produção de petróleo e seus derivados em todo o mundo. Essa leitura indica que os preços do petróleo podem cair em médio prazo, inviabilizando as extrações de maior custo operacional.
A PIOR BOLSA DE VALORES: segundo os analistas de mercado, o Brasil tem hoje a pior bolsa de valores entre os países emergentes. Foram analisadas as bolsas de seis países (Rússia, México, Polônia, África do Sul, Turquia e Brasil). O Brasil teve a maior queda em 2013, com desvalorização de quase 20%. Um desses analistas - Rogério Oliveira, da Icap - apontou: "Interferências do governo. Isso é o que diferencia a queda maior da nossa bolsa em relação aos demais emergentes" (Folha, 15-06). Outros também incluem como motivo o baixo crescimento da economia brasileira e o enfraquecimento do real.
CORRUPÇÃO NA MÁQUINA ARRECADADORA: numa longa entrevista concedida ao jornal "O Estado de São Paulo" (17-06), o corregedor da Receita Federal, Antonio Carlos Costa DÁvila, manifestou muita preocupação pelos crescentes desvios de conduta do funcionalismo (auditores e servidores do Fisco). Ele disse: "Mede-se o nível de corrupção de um país pela percepção dos cidadãos. A percepção do aumento da corrupção se deve ao aumento propriamente dito da corrupção e ao correspondente incremento do combate a ela. Há tanta corrupção porque há impunidade. A Lei de Improbidade, a criação do Conselho Nacional de Justiça, o aperfeiçoamento de instituições no combate à corrupção e a atuação conjunta de todas elas têm por objetivo reverter o quadro de impunidade."
ELES NÃO APRENDEM: apesar dos gritos das ruas condenando as prioridades duvidosas, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou que vai entrar no fundo de investimento do empresário David Neeleman, dono da empresa aérea Azul, para ajudá-lo a adquirir a portuguesa TAP e a americana JetBlue. Apenas para contrariar, basta dizer que o Brasil ainda não tem uma montadora de veículos genuinamente nacional. Com a nova empresa aérea, o BNDES vai gastar nada menos do que 600 milhões de dólares."
UGT - União Geral dos Trabalhadores