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UGT Press 514: Financiamentos imobiliários


26/07/2016

CEF E O FINANCIAMENTO DE IMÓVEIS: notícias da última semana deram conta da decisão do governo interino de ampliar os financiamentos de imóveis para a classe média. As medidas entraram em vigor ontem (25/07) e incluem nova regra: o SFI (Sistema Financeiro Imobiliário) passa a financiar imóveis no valor de até 3 milhões de reais (antes era 1,5 milhão), além de aumentar de 70 para 80 por cento a parcela que pode ser financiada. Segundo palavras do vice-presidente de Habitação da CEF (Caixa Econômica Federal), Nelson Antonio de Souza, "as medidas vêm beneficiar o setor da construção, que mais gera emprego e renda, e contribuir para a retomada do crescimento do País" (Estadão, 19-7-2016).

 

OUTRAS MEDIDAS: desde o início do ano, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tem liberado recursos para reforçar a oferta de crédito no setor, tanto quanto adotado outras medidas para estimular a compra de imóveis usados. Até mesmo liberou a compra do segundo imóvel. Todas essas medidas não foram suficientes para estimular o setor, cuja reação depende também da retomada do crescimento econômico. Neste sentido, Renato Ventura, da Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários, foi taxativo: "Medidas como esta contribuem para que a recuperação do setor possa ocorrer de forma mais rápida, mais ainda vemos o cenário bastante adverso" (Estadão, 19/07).

 

CORRUPÇÃO: infelizmente, todos esses programas habitacionais do governo estão sujeitos à corrupção. A CEF é ainda um lugar vulnerável, onde as investigações algum dia hão de chegar, assim como em todas as áreas governamentais. Não se trata deste e sim de todos os governos, desde que o governo militar instituiu o Banco Nacional da Habitação, que, apesar dos desvios, prestou relevantes serviços ao país. Também se ressalta que o FGTS é um fundo importante, cuja destinação já sofreu modificações (como para compra de ações), mas que tem funcionado mais como seguro desemprego, pois é liberado totalmente quando o empregado é despedido. Defendemos o aperfeiçoamento da SFI, algo importante para a manutenção do desenvolvimento sustentável. Entretanto, como tudo no país, é um sistema que necessita ser modernizado, ter a sua burocracia diminuída e dificultadas as possibilidades de ações nefastas, como é o caso da corrupção.

 

OUTRAS CONSTATAÇÕES: a necessidade de imóveis no Brasil ainda é grande e nosso déficit habitacional visível. É certamente uma das melhores formas de melhorar o desempenho econômico de um país e os governos, quando querem estimular a economia, sempre procuram estimular o setor. Mas, existem verdades econômicas indesmentíveis. É o caso de saber que a demanda por imóveis sobe quando a força de trabalho se encontra em expansão. Segundo a revista The Economist (Estadão, 22/07), os trabalhadores tendem a sair em busca de mais espaço para as suas famílias quando ganham mais e o emprego é firme. Não é o nosso caso no momento: o desemprego aumentou sensivelmente nos últimos dois anos e em consequência, os salários tendem a baixar.

 

HORIZONTE RUIM: com as modificações previsíveis na legislação trabalhista, aumento dos processos de terceirização e outras mazelas que estão em andamento no Congresso Nacional, certamente o quadro vai piorar. Resta saber o resultado disso tudo em longo prazo.




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