09/05/2022
Segundo o relatório do Conselho Nacional de Saúde, desde
2017 os governos investem menos do que devem na saúde das mulheres, apesar de
ter se comprometido com a ONU a acabar com a pobreza, a fome e alcançar a
igualdade de gênero
São Paulo – O Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançou no dia
29 de abril, no âmbito do Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre,
relatório sobre a situação da saúde das mulheres brasileiras, que sofreu muitos
retrocessos desde o início do governo de Jair Bolsonaro. O documento aponta as
ações necessárias para o enfrentamento dos problemas. Ele é resultado dos
debates realizados no terceiro seminário nacional que discutiu o tema.
O relatório mostra, entre outras coisas, que no período de
2017 a 2021 foram cumpridas menos de 30% das metas de investimentos na saúde
das mulheres brasileiras. Mesmo com as inúmeras críticas e considerações feitas
pelo CNS, esse descaso tem se repetido ano após ano, sem nenhuma justificativa
plausível, uma vez que o país se comprometeu junto à Organização das Nações
Unidas a acabar com a pobreza, a fome e alcançar a igualdade de gênero.
O mesmo aconteceu com o Plano Nacional de Saúde, que
diminuiu o alcance das metas em relação às ações de combate à mortalidade
materna. “Observa-se uma constância na inversão de recursos em ações de
interesse dos detentores do capital, em detrimento da assistência
sócio-humanitária à população. A partir de 2020, com o surgimento da pandemia
da covid-19, a situação tem se agravado dia a dia, aprofundando ainda mais a
crise sócio-econômica-sanitária e humanitária já existente”, diz trecho do
relatório.
Perdas e ações
Além da expressiva redução orçamentária, houve ainda
diminuição da participação social, no mercado de trabalho e no acesso às
políticas públicas, situação que foi agravada com a chegada da pandemia. No
aprofundamento das desigualdades sociais e de retrocessos em direitos
conquistados, são as mulheres as que mais foram atingidas e que mais adoeceram.
Elaborado a partir das discussões de representantes do
Conselho Nacional de Saúde, dos conselhos estaduais de saúde e conselhos
estaduais de direitos das mulheres de todas as 27 unidades da federação, o
relatório defende a ampliação do acesso e da oferta de serviços de saúde.
Também reforça a necessidade de capacitação dos trabalhadores do SUS para esse
atendimento.
Ou seja, as mulheres brasileiras querem que seja
implementada, de fato, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (PNAISM). O conjunto de ações foi elaborado para reduzir as iniquidades,
melhorar as condições de vida e saúde da população, aumentar a resolubilidade
dos problemas de saúde nos serviços do SUS e também realizar estudos e análises
detalhadas sobre a maneira como a pandemia de covid-19 prejudicou a saúde e a
vida das mulheres.
Fonte e Foto: Sindinutrisp
UGT - União Geral dos Trabalhadores