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Incêndio em Santos provoca fuga de vizinhos e mortes de peixes


06/04/2015

 

Diante de mais de 84 horas de incêndio em tanques de combustíveis em Santos, no litoral paulista, bairros vizinhos ao depósito da empresa Ultracargo sofrem com a morte de peixes dos rios, a fuligem que encobre carros e casas e uma boataria que já provocou a fuga de moradores.

 

"Só falta fazer a mala. Ninguém nos avisa do risco de estar aqui", afirma a balconista Sandra dos Santos, que vê da sua janela, a 400 metros, a fumaça negra. Ela mandou os três filhos para a casa de parentes e amigos e mantém os documentos separados caso precise sair às pressas.

 

Na vizinhança os boatos são de que tudo pode explodir a qualquer momento. Gravações anônimas por celular alertam sobre a possibilidade de evacuação num raio de oito quilômetros do incêndio.

 

A dimensão do fogo iniciado na quinta (2) levou os bombeiros a preverem quatro dias para contê-lo. No sábado (4), com novas explosões, a previsão foi prorrogada por mais quatro -num dos trabalhos mais longos que a corporação diz se lembrar no Estado.

 

Neste domingo (5), a situação melhorou, trazendo otimismo, mas ainda não estava totalmente sob controle.

 

Milhares de peixes morreram em rios próximos a comunidades em Santos e em Cubatão, levando a Cetesb (companhia ambiental paulista) a recomendar a suspensão da pesca nos locais.

 

O forte cheiro dos animais em decomposição invadiu algumas casas na hora do almoço de Páscoa. "Estava insuportável. De manhã a prefeitura veio com caminhões retirar sacos e sacos de peixes mortos", conta Ivanio Batista, consultor ambiental.

 

A Defesa Civil do Estado disse ter um plano para a retirada de famílias que estão nas redondezas do incêndio caso a situação volte a piorar.

 

Ele envolve a saída de até 5.000 pessoas de suas casas. Escolas da região foram selecionadas para abrigá-las.

 

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), porém, descartava neste domingo a evacuação "em virtude da evolução positiva da contenção do incêndio". Dois reservatórios ainda pegavam fogo -no auge, foram seis.

 

À noite, a própria Defesa Civil considerava ser "quase zero" a possibilidade de ter que tirar do papel seu plano de evacuação dos moradores.

 

CARVÃO

Mesmo com a melhora das condições, a vizinhança continuava sofrendo com a fuligem da fumaça do incêndio -atingindo ruas, carros, roupas e plantas. "Parece um carvão. Vai dizer que isso não faz mal à saúde?", perguntava Maria Bernardete, 59, que tem limpado seu quintal de casa várias vezes ao dia.

 

Iara de Almeida, 31, dizia não acreditar na hipótese de remover as famílias para uma área mais segura. "Onde vão colocar todo essa gente? A gente não tem para onde ir."

 

Outro medo era de que as tubulações dos polos industriais e do Porto de Santos pudessem entrar em colapso diante do fogo. "A gente está cercado de linhas de gás e petróleo. E se entrar fogo nelas? Acaba com a Baixada", dizia Waldomiro Aleixo, 60.

 

Fonte: Folha de S.Paulo


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