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Juro do rotativo do cartão de crédito é o maior em quase 3 anos


26/02/2015

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito - informação divulgada pela primeira vez pelo Banco Central - de janeiro ficou em 334% ao ano. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, esse juro do rotativo é a taxa mais alta observada desde junho de 2012, quando ficou em 334,3% ao ano. 

 

Ele enfatizou também que se trata da taxa mais elevada dentro da modalidade de todo o sistema de crédito. Isso reflete, de acordo com ele, a originação desse tipo de empréstimo. Por isso, Maciel recomendou que o consumidor evite tomar esse segmento de financiamento. "As pessoas devem evitar essa modalidade, que tem juros mais altos". 

 

Para efeito de comparação, o juro médio do crédito está em 39,4% ao ano - a maior da série histórica iniciada em março de 2011. Maciel salientou que dois componentes explicam a alta da taxa de juros em janeiro. O primeiro, de acordo com ele, é o atual ciclo de aperto da política monetária. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 12,25% ao ano e a expectativa é de um novo incremento na semana que vem. A maior parte do mercado financeiro espera para mais uma elevação de meio ponto porcentual, o que levaria a taxa para 12,75% ao ano.

 

O segundo, de acordo com Maciel, é um "efeito composição", quando há aumento do estoque de crédito de algumas modalidades que possuem taxas mais elevadas, como cheque especial e crédito pessoal não consignado, por exemplo, que tiveram aumento do saldo maior em janeiro. Vale lembrar, no entanto, que todas as taxas subiram no mês passado além do custo de captação. Isso significa, portanto, que o spread está mais alto. O técnico do BC comentou que o aumento de spread em janeiro ocorreu em função da elevação da taxa de aplicação. 

 

Outra taxa de juros que apresentou alta em janeiro foi a do cheque especial. De dezembro de 2014 para o mês passado, essa taxa aumentou 7,7 pontos porcentuais, passando no período de 201% para 208,7% ao ano.  Isso ocorre, de acordo com o técnico do BC, porque, logo após o Natal, quando há aumento de consumo, também há um aumento do volume de pessoas que entram no cheque especial. E essas pessoas normalmente, ainda segundo Maciel, possuem um perfil um pouco pior em relação à inadimplência, o que automaticamente é incorporado à taxa pelas instituições

 

Fonte:Estadão

 


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