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Esquerda radical terá controle das finanças gregas


28/01/2015

A formação do gabinete foi anunciada por Tsipras na tarde de ontem, um dia após assumir a chefia de governo em substituição ao conservador Antonis Samaras. Osprincipais nomes confirmam que omaior partido do país, Syriza, que elegeu 149 dos 300 deputados da câmara, terá a hegemonia dos cargos considerados estratégicos para enfrentara crise econômica.Os radicais nacionalistas de direita dos Gregos Independentes (Anel) ficaram longe do núcleo duro do governo. 

Para o cargo de vice-primeiro-ministro,Tsipras escolheu o economista Yannis Dragasakis,um ex-comunista hoje considerado moderado.O premiê-adjunto será o coordenador da renegociação da dívida da Grécia – € 316 bilhões em outubro – com seus principais credores, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional(FMI). Dragasakis também supervisionará os ministérios das Finanças, da Economia e de Energia.

Tambémnomes fortes do Syriza, o economista Giorgos Starthakis assumirá o Ministério da Economia e da Infraestrutura e Panayiotis Lafazanis comandará o Ministério da Reconstrução Produtiva,da Energia e do Meio Ambiente.

Para o Ministério das Finanças, o segundo mais importante,o escolhido foi Yanis Varoufakis,doutor em Teoria Econômica da Universidade de Atenas e deputado eleito pelo   Syriza.

Considerado em Atenas um nome mais radical queDragasakis,Varoufakis disse ao Estado,após a vitória nas eleições, que considera seu país “insolvente”.Falando na semana passada ao website europeu Open Democracy,o novo ministro deu pistas sobreas negociações que serão abertas em fevereiro. Desta vez, o governo grego deve voltar seus esforços para os credores públicos.

Investidores privados foram os mais atingidos pelo programa de troca de títulos soberanos da Grécia que resultou em um corte de € 160 bilhões na dívida em 2012 – a maior reestruturação da história do sistema financeiro internacional.

“Um governo Syriza deixará os credores privados em paz”, garantiu. “No fim das contas, eles detém menos de 20% de nossa dívida. Não faz sentido abrir uma frente contra

eles, com todas as consequências legais que isso traria.”

 

Zona do euro.

 

Nomeado ontem ministro das Relações Exteriores,Nikos Kotzias,atual conselheiro sênior da chancelaria especializado em relações entre Grécia e União Europeia e entre o bloco e os Estados Unidos,garantiu ao Estado na noite de segunda-feira que a Grécia não deixará a zona do euro “em hipótese alguma”. “Sem a Grécia, não há Europa. Nós estamos na fundação da própria ideia da Europa, e não há como abandoná-la”, afirmou.

 

Segundo Kotzias, as declarações públicas feitas até aqui por líderes políticos do Syriza, de um lado, e da Comissão Europeia,do BCE,do FMI e do governo de Angela Merkel, de outro, foram “negociações informais” sobre a dívida, de forma a “gerar pressões”e a “estabelecer posições melhores para os dias de negociações reais”. “A União

Europeia e Berlim vão repensar,vão elaborar um novo ‘logos’,umnovodiscurso”,acredita.

“A questão mais importante para todos neste momento é estabilizar a situação da Grécia.”

 

Para o novo chanceler, seu país está no meio de um triângulo de instabilidade política,entre a Líbia, a Ucrânia e o Oriente Médio.“Creio que ninguém tem interesse em desestabilizar economicamente a Grécia, porque isso traria para a União Europeia um grande número de novos problemas, como milhões de imigrantes e questões sobre segurança”,diz. “O mais importante para a União Europeia é manter uma Grécia estável, capaz de irradiar estabilidade para toda a região,e não ser a porta aberta para a importação de instabilidade para a Europa.”

 

Kotzias também frisou que Bruxelas tem uma questão econômica crucial para discutir ao longo dos próximos meses: o acordo de livre comércio entre a União Europeia e os EUA – o Tafta.Mas, para tanto,é preciso superar o debate sobre as dívidas nacionais,um tema mais urgente. “O problema é que não estamos discutindo o Tafta o suficiente porque o debate em torno da dívida tem sido hegemônico.Masa Grécia quer participar dessa discussão e ser parte da solução, não do problema.”

 

Fonte:Estadão


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