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Itália nega extradição e solta Pizzolato


29/10/2014

 

Pouco depois de a Justiça da Itália negar sua extradição nesta terça-feira (28), o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e condenado no julgamento do mensalão Henrique Pizzolato foi solto e afirmou ter fugido para a Europa para salvar sua vida.

 

"Não fugi, eu salvei minha vida. Você acha que salvar a vida não vale a pena?", disse a jornalistas logo após deixar a penitenciária de Sant'Anna, na cidade de Módena (norte da Itália), onde estava preso desde fevereiro.

 

Quando um jornalista perguntou se havia sido ameaçado, foi vago: "Ninguém me ameaçou. Não preciso de ameaça. Sei ler as coisas".

 

Pizzolato deixou a prisão por volta das 20h30 (17h30 no horário de Brasília) vestindo casaco, camisa xadrez e calça jeans. Ele se recusou a falar sobre as circunstâncias da fuga do Brasil, em setembro do ano passado, usando documentos italianos emitidos em nome de seu irmão Celso, que morreu em 1978.

 

Pizzolato, que possuiu cidadania italiana além da brasileira, foi preso em fevereiro e aguardava o julgamento do pedido de extradição feito pelo Estado brasileiro.

 

Apesar de poder circular livremente pela Itália, o ex-diretor do BB não poderá deixar o país enquanto não houver uma decisão definitiva sobre o seu destino. O Brasil deve ingressar com recurso na Corte de Cassação (instância mais alta do Judiciário local).

 

A Corte de Bolonha rejeitou a extradição por entender que as prisões brasileiras não oferecem condições humanitárias para o cumprimento da pena e iriam expor o petista a tratamento degradante.

 

RESPOSTAS EM ITALIANO

Ao deixar a prisão e encontrar jornalistas a sua espera, o petista ficou em silêncio e ignorou todos até ouvir uma repórter italiana que o questionou sobre a Justiça local.

 

"Aqui os juízes não se deixam conduzir pela imprensa, não se deixam conduzir pela TV. Aqui os juízes seguem leis, seguem provas. Não fazem como no Brasil, onde escondem os documentos para condenar os inocentes", disse Pizzolato, em italiano.

 

Logo depois, em português, ele repetiu argumentos de sua defesa de que não houve desvios no fundo Visanet --um dos motivos de sua condenação a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

 

"Foi um processo mentiroso, injusto. Esconderam as provas. A PF e o Instituto Nacional de Criminalística deixaram muito claro que eu não tinha nada a ver com aquilo".

 

O petista disse ainda que tem a consciência "limpíssima" e que não perdeu "uma noite de sono. Pizzolato também afirmou que não pediu nem recebeu apoio do PT durante o processo do mensalão e disse que "nem sabia" da reeleição da presidente Dilma Rousseff no domingo.

 

"Obrigado pela novidade", disse, em tom irônico, quando alguém informou que a eleição havia sido a mais disputada da história do país. Ele disse não sentir rancor, mas "indiferença" sobre a condenação pelo Supremo.

 

Fonte: Folha de S.Paulo

 

 

 


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