10/09/2014
O número de alunos se formando em graduação no Brasil caiu 5,65% entre 2012 e o ano passado. É a primeira redução desde 2002, quando a série histórica começou.
Segundo o censo do ensino superior, 991 mil estudantes concluíram o curso em 2013. No ano anterior, foram 1,05 milhão. Os dados consideram tanto cursos presenciais como à distância.
Em números absolutos, as maiores quedas se concentram nos cursos presenciais de instituições privadas e estaduais e no ensino a distância das federais.
A condição financeira do aluno e a mudança de curso após o ingresso na faculdade estão entre os fatores apontados pelo setor privado para esse movimento.
Problemas na educação básica também são citados para explicar a queda. "A principal [causa]é a deficiência na formação básica do aluno, ele não consegue acompanhar o ritmo", diz Sólon Caldas, diretor-executivo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior).
O Ministério da Educação disse em nota que 97% da redução está concentrada em 14 instituições de ensino superior entre as mais de 2.400 existentes no país. "Destas 14 instituições, a maioria passou por processo de supervisão que resultou em suspensão, redução de vagas ou descredenciamento."
O ministro Henrique Paim (Educação) disse que, como em anos anteriores, o número de matrículas no ensino superior continua crescendo.
O ritmo de expansão, no entanto, vem caindo nos últimos anos. Em 2013, foram registrados 7,3 milhões de matrículas --um aumento de 3,81%. No ano anterior, o percentual foi de 4,4%.
Esse ritmo de crescimento teve queda mais expressiva no setor público. Entre 2013 e 2012, o aumento foi de 1,85%, frente a 7% no período anterior.
Os novos dados mostram também queda no número total de calouros, ainda que num percentual modesto. De 2012 para 2013, o número de ingressantes foi 4,1 mil menor, num universo da ordem de 2,7 milhões.
Uma queda mais expressiva ocorreu entre 2008 e 2009, quando a quantidade de calouros caiu de 2,3 milhões parar 2 milhões. Para o setor privado, esse movimento foi decorrente da crise econômica.
Nesse caso, a avaliação do MEC é de que tiveram impacto no resultado medidas de supervisão da pasta, que incluem a proibição de vestibular de cursos mal avaliados.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores