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Desigualdade e Informalidade Pós-Pandemia: Um Desafio para o Futuro do Trabalho


28/04/2025

Nos últimos anos, o mercado de trabalho global tem enfrentado desafios sem precedentes, agravados pela pandemia da COVID-19. Embora a recuperação econômica esteja em andamento em diversas regiões, essa retomada ocorre de maneira desigual, acentuando as disparidades existentes entre diferentes países e grupos de trabalhadores. Um exemplo evidente dessa desigualdade é a situação dos trabalhadores terceirizados, especialmente aqueles do setor de limpeza, cuja resiliência tem sido constantemente testada.

A crise sanitária expôs e intensificou a desigualdade no mercado de trabalho, revelando a vulnerabilidade dos trabalhadores em situações de maior precariedade. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 2 bilhões de pessoas, ou 61,2% da força de trabalho global, estão em empregos informais, desprovidos de direitos básicos como proteção social e condições dignas de trabalho. Em muitas regiões, como a América Latina e o Sul da Ásia, a informalidade atinge níveis alarmantes, e os trabalhadores terceirizados, especialmente no setor de limpeza, estão entre os mais afetados.

No Brasil, país de dimensões continentais, o cenário é ainda mais complexo. Em minha atuação, luto para que os trabalhadores de limpeza terceirizados não sejam submetidos à precarização e para garantir que tenham melhores condições de trabalho. No entanto, reconheço que em outras regiões do Brasil, muitos ainda enfrentam uma situação extremamente precarizada. A terceirização, que deveria ser uma solução para a inclusão no mercado formal, muitas vezes contribui para a precarização, com jornadas extenuantes, baixos salários e falta de acesso a direitos fundamentais. Durante a pandemia, esses trabalhadores foram expostos a riscos sem a devida proteção, o que ressalta a necessidade de reformas urgentes nas políticas trabalhistas.


Além disso, a informalidade no Brasil é frequentemente resultado de uma ilusão promovida pelo capitalismo, que incentiva o empreendedorismo como solução universal para o sucesso econômico. Esse discurso, embora atraente, tem levado muitos trabalhadores a abandonarem o emprego formal em busca de um sonho de autonomia e prosperidade, mas, na prática, acabam caindo na informalidade, sem acesso a direitos básicos e com rendimentos incertos. Essa tendência contribui para aumentar a desigualdade e precarizar ainda mais o mercado de trabalho, especialmente em setores que demandam alta mão de obra, como o de limpeza.


Portanto, é crucial que as políticas de recuperação econômica sejam inclusivas e abordem as necessidades específicas dos trabalhadores mais vulneráveis, incluindo os terceirizados do setor de limpeza. Governos, sindicatos e organizações internacionais devem colaborar para promover a formalização do trabalho e garantir condições dignas para todos. A formalização dos empregos terceirizados, a ampliação do acesso a treinamento e capacitação profissional, e a implementação de políticas que garantam um salário justo e proteção social são medidas essenciais para reduzir a desigualdade.


A luta pela equidade no mercado de trabalho é mais urgente do que nunca. É necessário um compromisso global para garantir que a recuperação econômica seja justa e inclusiva, beneficiando a todos, especialmente aqueles que têm mantido o funcionamento da sociedade nas condições mais adversas. O futuro do trabalho deve ser construído com base na valorização de todos os trabalhadores, independentemente de sua posição ou condição de contratação. O respeito e a garantia de direitos aos trabalhadores terceirizados, em especial aos do setor de limpeza, são passos fundamentais para a construção de um mercado de trabalho mais justo e resiliente.


Mas como, de fato, vamos enfrentar esse desafio de maneira ampla? Será que estamos preparados para adotar políticas que contemplem todos os trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis, e que garantam um mercado de trabalho realmente inclusivo? O futuro do trabalho está em nossas mãos, e a resposta a essas perguntas determinará o caminho que vamos seguir.


Fonte: Siemaco-Guarulhos




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