26/03/2025
Com foco na atualização das estratégias de comunicação e no reposicionamento político do movimento sindical, a FENASCON reuniu sua diretoria e lideranças de todo o país nesta terça-feira (25), no Windsor Guanabara Hotel, no centro do Rio de Janeiro. O encontro marcou um passo decisivo na construção de uma atuação mais conectada com a sociedade, capaz de responder aos desafios institucionais e ampliar a presença das entidades sindicais nos espaços de decisão.
Conduzido pelo presidente da federação, Paulo Rossi, o evento contou com a presença de representantes sindicais de diversos estados e debateu temas urgentes como o distanciamento das bases, a baixa presença digital e a necessidade de reestruturação das formas de diálogo com os trabalhadores.
Um dos destaques do evento foi a palestra do presidente da FEMACO, Roberto Santiago, que fez uma análise crítica do momento político e defendeu que os sindicatos retomem seu protagonismo nas esferas de decisão.
“Não podemos tratar a política como um campo à parte do sindicalismo. O que está em jogo são os direitos que levamos décadas para conquistar. Ou ocupamos os espaços de poder com responsabilidade e estratégia, ou outros ocupam — e nem sempre com os interesses do trabalhador em mente”, afirmou Santiago. “É hora de mobilizar a base também para o debate público. Os sindicatos precisam ter voz ativa onde as decisões são tomadas.”
Na sequência, o jornalista e marketeiro Fabiano Polayna instigou os dirigentes sindicais com uma análise contundente sobre o uso ineficaz das redes sociais por grande parte das entidades. Segundo ele, é urgente uma transformação profunda na comunicação sindical, especialmente para reconectar o movimento com os trabalhadores mais jovens.
“Grande parte dos sindicatos ainda se comunica como se estivéssemos nos anos 90. A base já migrou para o ambiente digital — é lá que o debate acontece, é lá que se forma opinião. Mas muitos sindicatos seguem ausentes ou, pior, falam apenas para si mesmos”, criticou Polayna. “Rede social não é vitrine, é arena de disputa. É lugar de escuta, de diálogo, de engajamento real. Se não ocuparmos esse espaço com conteúdo qualificado e estratégia, continuaremos perdendo espaço, relevância e, sobretudo, voz.”
Além da crítica, Polayna apresentou aos dirigentes um panorama prático sobre o funcionamento das plataformas digitais, explicando de forma didática como operam os algoritmos e como interpretar as métricas de engajamento, alcance e conversão. Ele destacou a importância de pensar a comunicação sindical como uma ação contínua e estratégica, e não apenas reativa ou protocolar.
“Se não entendermos como essas ferramentas funcionam, vamos continuar falando no vazio. A disputa por atenção é técnica, é estratégica. Precisamos usar os dados para entender o que mobiliza, o que engaja, o que gera conversa — e ajustar nossas mensagens com inteligência e propósito”, concluiu.
Paulo Rossi reforçou o compromisso da FENASCON com uma atuação sindical moderna, unificada e à altura dos desafios contemporâneos. “Nosso papel é defender direitos, mas também antecipar desafios. Esse encontro reafirma nosso compromisso com um sindicalismo mais forte, mais conectado e mais presente na vida real das pessoas.”
A reunião também avançou na construção de agendas conjuntas, no fortalecimento da presença institucional das entidades e na proposta de formação continuada para lideranças. Ao final, os dirigentes reiteraram a disposição da FENASCON em liderar um novo ciclo de renovação do sindicalismo brasileiro — mais estratégico, participativo e digital.
UGT - União Geral dos Trabalhadores