07/03/2025
Por Maria Angélica Campanhier, Michelle Araújo e Karine Botelho*
Ainda que o Dia Internacional da Mulher seja uma data de grande movimentação econômica em todo o mundo, fato que colabora com o aumento nas vendas do comércio e impulsiona a geração de empregos, não podemos esquecer do caráter trabalhista e sindical da data.
Instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 8 de março faz referência ao primeiro grande movimento grevista de tecelãs russas, com apoio de metalúrgicos do século XX, durante a Revolução Industrial. Portanto, trata-se, sim, de uma data que deve ser lembrada pelas reivindicações de trabalhadoras por melhores condições de trabalho, igualdade salarial e de direitos entre gêneros, contra o assédio e a violência doméstica, bandeiras comuns ao movimento sindical da atualidade.
Cem anos se passaram e será que temos realmente alguma conquista a comemorar desde então? Dados atuais do IBGE mostram que as mulheres ainda ganham cerca de 20% a menos que os homens na mesma função. Muitas perdem o emprego depois da licença maternidade e grande parte ainda precisa abandonar o emprego para cuidar da família. Sem contar com os números do feminicídio e da violência de gênero, que só crescem no Brasil, dificultando ainda mais a inclusão da mulher no mercado de trabalho.
Neste dia 8 de Março, o Sindicato dos Comerciários de Jundiaí e Região, presidido por Milton de Araújo, faz jus à origem da data, valorizando a histórica luta operária feminina e fazendo uma profunda reflexão para além do aspecto econômico que este dia traz.
Por isso, convidamos a primeira mulher negra eleita vereadora em Jundiaí no pleito de 2024, Mariana Janeiro, para falar um pouco com a categoria, no dia 17 de março, sobre a realidade da mulher contemporânea na sociedade, nos espaços públicos, nos cargos de liderança em grandes empresas, no mercado de trabalho de modo geral e, principalmente, na política.
E, pensando no bem-estar e na proteção dos direitos da mulher, temos, no nosso Sindicato, a Secretaria da Mulher, que acolhe e apura denúncias de abusos no ambiente de trabalho. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, buscamos entender melhor o que podemos fazer, enquanto movimento sindical, além de garantir as inúmeras cláusulas de proteção à mulher nas nossas convenções e acordos coletivos para eliminar, de vez, toda a discriminação, a violência, as desigualdades e incluir, de fato, a mulher onde ela desejar.
Nós queremos flores, sim, mas também queremos carteira assinada, salários equiparados, segurança, saúde, bem-estar, cuidados, direitos garantidos, e tudo o que uma sociedade precisa ter para ser igualitária e justa, como deve ser.
As dras. Maria Angélica Campanhier, Michelle Araújo e Karine Botelho são advogadas que coordenam o Corpo Jurídico do Sindicato dos Comerciários de Jundiaí e Região*
UGT - União Geral dos Trabalhadores