12/08/2014
As vendas a prazo no Dia dos Pais tiveram o resultado mais fraco dos últimos cinco anos, apontam o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com queda de 5,09% em relação a igual período do ano passado. O cálculo apresentado ontem foi baseado no volume de consultas ao banco de dados do SPC Brasil entre 3 e 9 de agosto. Nos anos anteriores, houve crescimento de 3,78% (2013), 4,75% (2012), 6,86% (2011) e 10% (2010), sempre em relação ao ano anterior.
Já de acordo com a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), as vendas totais do comércio para o Dia dos Pais cresceram 1,2% neste ano. Em 2013, o crescimento havia sido de 3%.
No cálculo da Serasa Experian, o crescimento durante a semana do Dia dos Pais foi de 2,1% neste ano, ante 3,3% no mesmo período do ano passado. Considerando apenas o fim de semana, houve neste ano queda de 0,7% nas vendas ante o fim de semana equivalente do ano anterior. Nessa mesma base de comparação, as vendas haviam avançado 3,4% em 2013.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avalia que a retração reflete o desaquecimento da economia, influenciado principalmente pela alta dos juros, pela inflação "no limite da meta" e pelo menor crescimento da renda do trabalhador. "Os brasileiros optaram pelas compras à vista e por itens de mais baixo valor, motivados, principalmente, pelo encarecimento dos juros, pela escassez de crédito e pela preocupação em comprometer menos o próprio orçamento com compras parceladas", analisa.
O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa que mais movimenta o varejo em vendas e faturamento, atrás do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados, cita a CNDL. Os setores de vestuário, calçados, eletrônicos, bebidas e perfumaria são os mais impactados pelo evento.
O cálculo da Boa Vista SCPC considerou como amostra consultas realizadas no banco de dados da entidade, de abrangência nacional. O período considerado neste ano foi de 2 a 10 de agosto, enquanto no ano passado foi levado em conta o período de 3 a 11 de agosto.
Para Flavio Calife, economista da Boa Vista SCPC, esse desempenho era esperado e segue a tendência de desaceleração observada nas demais datas comemorativas. Ele explicou que isso se deve principalmente à inflação, ao crescimento menor da renda das famílias e à dificuldade na tomada de crédito. A expectativa do economista também é de desaceleração para as próximas datas deste ano.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores