28/02/2025
O acesso à água potável é um direito básico e um fator essencial para garantir saúde, dignidade e bem-estar à população. No entanto, em uma metrópole como São Paulo — uma das maiores cidades do mundo —, esse direito ainda não é plenamente garantido em espaços públicos. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) defende, com veemência, a necessidade urgente de instalação de bebedouros públicos em pontos estratégicos da cidade, como praças, locais de caminhada, parques e terminais de ônibus, especialmente na região central.
A falta de acesso à água potável em espaços públicos não é apenas um problema de infraestrutura; é também uma questão de saúde pública, de justiça social e de sustentabilidade. Em um cenário de aumento constante das temperaturas e recordes de calor em São Paulo, o acesso à água torna-se ainda mais urgente. Segundo especialistas em saúde, a desidratação severa pode ser fatal, e seus riscos aumentam significativamente em dias quentes, mesmo quando as temperaturas não atingem níveis extremos.
Uma pesquisa publicada na conceituada revista médica Circulation revelou que, a partir de 36°C, há um aumento de 9 mortes a cada 1.000 pessoas por causas relacionadas a AVCs e doenças isquêmicas, como infartos. Isso expõe, de maneira clara, a vulnerabilidade da população em um ambiente urbano cada vez mais quente e hostil. Em uma cidade em que o calor extremo se torna uma ameaça constante, a falta de infraestrutura básica, como bebedouros, é uma negligência inaceitável.
Grandes cidades ao redor do mundo já entenderam a importância de garantir o acesso público à água potável como um direito fundamental e uma ferramenta de promoção da saúde e da sustentabilidade. Uma reportagem da BBC News Brasil (2017) destacou o esforço de metrópoles globais nesse sentido:
Esses exemplos mostram que garantir acesso à água potável em espaços públicos não é apenas uma medida de saúde, mas também uma ação ambiental responsável, alinhada com práticas globais de sustentabilidade.
A instalação de bebedouros públicos em São Paulo está diretamente alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A medida responde a três ODS de forma clara e direta:
ODS 3 – Saúde e Bem-Estar: Busca assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades, até 2030. O acesso fácil à água potável em locais públicos ajuda a prevenir doenças transmitidas pela água e reduz os riscos associados ao calor extremo.
ODS 6 – Água Potável e Saneamento: Garante a disponibilidade e a gestão sustentável da água, promovendo acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento.
ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis: Promove cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, incentivando o acesso universal a espaços públicos seguros e acessíveis, especialmente para mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Infelizmente, em São Paulo, a realidade ainda está muito aquém do ideal. A Prefeitura disponibiliza tendas com água em dias de calor extremo, mas essa medida é insuficiente diante das dimensões da cidade e do número de pessoas expostas diariamente ao sol escaldante. É inadmissível que, em pleno século XXI, uma metrópole como São Paulo não ofereça acesso gratuito e permanente à água potável em locais públicos.
A UGT considera essa omissão um reflexo de negligência com os direitos da população, especialmente dos trabalhadores que desempenham suas funções nas ruas, como motoristas, entregadores, ambulantes, garis e tantos outros que enfrentam diariamente as altas temperaturas e a falta de infraestrutura básica.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) exige que o prefeito Ricardo Nunes tome medidas urgentes para garantir o acesso à água potável para todos os cidadãos. É necessário instalar bebedouros em pontos estratégicos não apenas no centro, mas também em bairros periféricos e regiões com menor infraestrutura, onde a população é ainda mais vulnerável.
A instalação de bebedouros públicos deve ser uma política permanente e abrangente, e não apenas uma medida emergencial em dias de calor intenso. Garantir o acesso à água potável é um ato de cidadania, responsabilidade social e compromisso com a saúde pública.
Além disso, essa medida também contribuiria para a redução do consumo de garrafas plásticas, promovendo uma cidade mais sustentável e ambientalmente responsável, alinhada com os compromissos globais de combate às mudanças climáticas e proteção do meio ambiente.
A UGT reafirma seu compromisso com a luta por condições dignas de vida e trabalho. Defender o acesso à água potável em espaços públicos é defender a saúde, o bem-estar e os direitos básicos da população.
É inadmissível que trabalhadores e cidadãos em geral precisem enfrentar a sede em uma cidade do porte de São Paulo. A UGT seguirá firme na cobrança por uma política pública séria, que priorize a instalação de bebedouros públicos e garanta o acesso universal à água potável, promovendo uma cidade mais justa, inclusiva e humana para todos.
UGT - União Geral dos Trabalhadores