06/08/2014
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta terça-feira (5) que seja preparada uma retaliação às sanções impostas por Estados Unidos e a União Europeia pelo apoio dado aos separatistas do leste da Ucrânia.
Na semana passada, americanos e europeus aprovaram punições que atingiram os setores de energia, tecnologia, finanças e defesa.
Esta foi a medida mais dura imposta pelos países ocidentais aos russos desde a Guerra Fria. Anteriormente, as sanções tiveram como alvo políticos e empresários milionários ligados a Putin.
Em entrevista coletiva, o líder russo disse esperar que as sanções sejam anunciadas o mais rápido possível e que elas não vão afetar empresas e consumidores russos.
Ele criticou as punições impostas pelo Ocidente. "Recorrer a instrumentos políticos de pressão sobre a economia é algo inaceitável".
Putin não deu detalhes sobre que setores serão atingidos, mas a imprensa russa aposta que o primeiro alvo será a aviação civil europeia.
O rumor ganhou força após o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, defender retaliação à União Europeia pelo cancelamento do leasing dos aviões da Dobrolyot.
Ligada ao governo russo, a empresa é uma das que voam para a Crimeia, região ucraniana anexada pelos russos.
Segundo o jornal "Vedomosti", Moscou proibirá que empresas da União Europeia passem pela Sibéria, principal rota entre a Europa Ocidental e o Extremo Oriente
Com isso, as empresas teriam de passar pelo Oriente Médio, o que levaria a um gasto adicional de € 1 bilhão (R$ 3 bilhões) em três meses.
Além das sanções, a Rússia tomou outra medida que pode irritar americanos e europeus. O país aprovou nesta terça um acordo para trocar pelo menos um terço do petróleo produzido pelo Irã por mercadorias russas.
REFUGIADOS
Em meio às expectativas pela retaliação às sanções, Moscou pediu ao Conselho de Segurança da ONU que aprove o envio de uma missão humanitária à Ucrânia.
O leste do país enfrenta o aumento no número de refugiados devido à intensidade dos combates entre o Exército e separatistas pró-Rússia.
Segundo a ONU, 117 mil pessoas tiveram que deixar o leste do país para outras partes da Ucrânia, e 730 mil buscaram refúgio na Rússia.
Nesta terça, os confrontos terminaram com dois civis mortos na cidade de Donetsk.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores