06/08/2014
Após 20 dias de ocupação por terra, o Exército israelense retirou suas tropas da faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira (5).
Segundo o governo, a retirada se deu antes de começar o cessar-fogo de 72 horas acordado com o grupo radical palestino Hamas, iniciado às 2h (de Brasília) desta terça (5).
O efetivo militar de Israel foi colocado em posição de defesa, na fronteira com Gaza, e foi anunciada a destruição de 32 túneis que ligavam o território palestino ao israelense. "Missão cumprida", disse o Exército pelo Twitter.
Também foi comunicada a morte de 750 a 1.000 militantes palestinos armados --dados diferentes dos da ONU.
O cessar-fogo não foi violado até a conclusão desta edição. Foi a primeira de oito tréguas a ser respeitada pelos dois lados.
Muitos dos palestinos que estavam desabrigados voltaram às suas casas para ver o que sobrou entre os escombros deixados pelos mais de 4.000 ataques aéreos realizados por Israel no conflito.
Em 29 dias de operação Margem Protetora (inclui o período sem a invasão por terra), mais de 1.800 palestinos morreram e outros 9.000 ficaram feridos --do lado israelense, houve 67 mortes.
Os ataques também criaram uma crise humanitária "sem precedentes", de acordo com a Acnur, agência da ONU de apoio a refugiados.
PERSPECTIVAS
No Egito, representantes dos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica negociam com uma delegação israelense um acordo permanente de cessar-fogo na região.
O objetivo de Israel nas negociações de trégua é impedir que o Hamas volte a se armar. Para isso, seus representantes tentam colocar a desmilitarização de Gaza como condição para o acordo.
Apesar de ter tido sua estrutura de túneis desmantelada, o grupo ainda tem cerca de 3.000 foguetes, segundo o Exército de Israel.
Moradores do sul do país pressionam o governo para que seja garantida a segurança das comunidades próximas à fronteira com Gaza.
A Autoridade Palestina quer que Israel seja alvo de investigação do Tribunal Penal Internacional, para determinar se foram cometidos crimes de guerra durante a operação militar.
No entanto, para que a investigação aconteça, a Autoridade Palestina precisa contar com a cooperação do Hamas. Se o grupo aceitar, também será investigado e, possivelmente, julgado pelo TPI.
Israel e Hamas trocam acusações de violações nas leis internacionais. Os israelenses acusam os palestinos de usarem áreas e edifícios civis para guardar e lançar foguetes, e de usarem civis como "escudos humanos". Já o Hamas acusa o Exército israelense de atacar civis.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores