22/11/2024
Assistimos com espanto e indignação as revelações da Polícia Federal sobre a trama golpista que tinha como objetivo nada menos que assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o vice-presidente e ministro da indústria, Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. O caso extrapola a definição, já grave, de conspiração política, e avança para o crime organizado e para o terrorismo.
Ainda mais grave quando pensamos que esses elementos
estiveram no poder, comandando o governo federal sob a presidência de Jair
Bolsonaro, entre 2019 e 2023.
Grave também constatar que essa cultura da barbárie, do
desrespeito às normas de convívio social, à Constituição e até da vida
contaminou parte da população que se dispõe a atuar como agentes dos golpistas
como se viu nos acampamentos pós eleição, queima de ônibus em 12/12/2022, no ataque
e depredação aos poderes em 08/01/23 e no ato terrorista contra o STF no dia
13/11/2024, em Brasília.
Os acontecimentos revivem a triste memória do golpe de 1964,
que iniciou um regime de terror, com perseguições, repressão, torturas,
assassinatos, arrocho salarial e aumento da dívida externa.
É preciso fortalecer o STF, os órgãos de justiça e as regras
eleitorais. Fortalecer, sobretudo, o projeto nacional de desenvolvimento, com
inclusão social, geração de empregos de qualidade e com direitos, engajando
cada vez mais a população em um permanente aperfeiçoamento do Estado
Democrático de Direito.
É preciso dar celeridade as investigações para conhecer a
extensão do plano de golpe e saber quem são todos os envolvidos. É preciso
punir de forma exemplar para liquidar a escalada autoritária daqueles que não
aceitaram perder as eleições.
Sem anistia aos golpistas!
A democracia, reconquistada a duras penas em 1985, e a
Constituição de 1988 devem ser cultivadas a cada dia.
Democracia, democracia, democracia!
São Paulo, 21 de novembro de 2024
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos
Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST
(Nova Central Sindical de Trabalhadores)
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do
Servidor
UGT - União Geral dos Trabalhadores