07/11/2024
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), em nome de seu presidente Ricardo Patah, expressa seu profundo pesar e indignação pela trágica morte de Ryan da Silva Andrade Santos, uma criança de apenas quatro anos, atingida fatalmente por um tiro enquanto brincava em frente à sua casa em Santos, litoral de São Paulo. A tragédia ocorreu na noite de terça-feira (5), durante um confronto entre policiais e criminosos. É inaceitável que inocentes continuem perdendo a vida em situações de violência urbana que poderiam ser evitadas com políticas de segurança pública mais eficazes e que coloquem, acima de tudo, a proteção de vidas em primeiro lugar.
Esse caso nos obriga a refletir sobre o histórico das ações policiais no país, especialmente em áreas periféricas, onde o uso excessivo da força e a falta de preparo em situações de confronto têm consequências irreparáveis para comunidades inteiras. Essa tragédia revela a diferença no tratamento dispensado a moradores de áreas nobres em comparação às comunidades da periferia, predominantemente compostas por pessoas pretas e pobres, que se tornam vítimas da insegurança pública e do abandono do Estado.
Os policiais alegaram que foram atacados enquanto patrulhavam a rua, mas é alarmante o fato de que nenhum deles usava câmera corporal, um equipamento fundamental que deveria estar presente em todas as operações policiais. A UGT cobra do governador Tarcísio de Freitas e da cúpula da Polícia de São Paulo o entendimento de que as câmeras corporais não são apenas para monitoramento, mas também são uma proteção para os bons policiais, garantindo transparência nas operações e ajudando na identificação de suspeitos com maior rapidez. Se houvesse imagens da ação, a tragédia poderia ser elucidada com mais eficiência e clareza, minimizando dúvidas e agilizando a justiça para Ryan e sua família.
A repressão ao crime é uma tarefa necessária, mas que jamais deve ocorrer às custas de vidas inocentes. O caso de Ryan é uma dor irreversível, que deve servir como um grito de alerta: a política de segurança pública precisa ser revista, aprimorada e humanizada para evitar que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento.
A UGT reafirma seu compromisso com uma sociedade mais justa e segura e espera que a morte de Ryan não seja em vão. Que este caso traga mudanças concretas para a segurança pública, onde a proteção das vidas inocentes esteja no centro das decisões e que nossa sociedade nunca mais tenha que lamentar a perda de uma criança vítima de um sistema falho e desumano.
UGT - União Geral dos Trabalhadores