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Seminário de comunicação sindical da UGT debate impacto da inteligência artificial (IA) no mundo do trabalho e atuação sindical


10/10/2024

É papel dos sindicatos encontrarem o equilíbrio adequado entre a implantação da IA e da defesa dos direitos dos trabalhadores 



Nesta quinta-feira (10), a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo (FITIASP) participou do Seminário de Comunicação Sindical da UGT, um evento que reuniu lideranças sindicais de diversas categorias, comunicadores e especialistas para debater o uso da Inteligência Artificial (IA) no mundo do trabalho e nas atividades sindicais. O seminário, organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), teve como objetivo principal discutir as transformações tecnológicas que estão impactando o mundo trabalhista, além de analisar as oportunidades e desafios trazidos pela IA para o movimento sindical.


O evento proporcionou um espaço valioso de discussão, trazendo à tona os desafios e os avanços proporcionados pelas novas tecnologias, especialmente a IA. A discussão focou na atuação sindical e no futuro dos empregos, considerando as vantagens e desvantagens dessa tecnologia tanto para trabalhadores quanto para os próprios sindicatos.


A Revolução da IA no Mundo do Trabalho

A Inteligência Artificial está transformando profundamente o mercado de trabalho. Com o avanço acelerado da tecnologia, diversos setores têm se beneficiado de inovações que otimizam processos, aumentam a eficiência e reduzem custos. No entanto, esse avanço também levanta preocupações sobre o futuro dos trabalhadores, especialmente em setores que enfrentam a automação.


As vantagens da IA no mundo trabalhista são inegáveis. Processos repetitivos e burocráticos podem ser automatizados, reduzindo o tempo de execução de tarefas e melhorando a produtividade. Em linhas de produção, por exemplo, robôs equipados com IA são capazes de realizar trabalhos com precisão e velocidade superiores às habilidades humanas, minimizando o erro e ampliando a capacidade produtiva das indústrias. Além disso, o uso de IA em análises de dados permite que empresas tomem decisões mais informadas e estratégicas, o que pode melhorar a alocação de recursos e ampliar o crescimento econômico.


Entretanto, as desvantagens também são motivo de grande preocupação para o movimento sindical. A automação de tarefas está diretamente relacionada à perda de empregos em diversos setores. Trabalhadores de linhas de produção, operadores de máquinas e até profissionais de serviços podem ver seus postos de trabalho ameaçados pela crescente implementação de máquinas e softwares que realizam funções até então feitas por humanos. Esse cenário, se não for bem gerido, pode aumentar o desemprego estrutural e ampliar as desigualdades sociais.


O papel da atuação sindical frente à IA

Diante deste novo cenário, o papel dos sindicatos se torna cada vez mais crucial. A defesa dos direitos dos trabalhadores passa por compreender as transformações impostas pela tecnologia e encontrar formas de mitigar seus impactos negativos. Os sindicatos precisam estar à frente das discussões sobre o uso da IA, propondo políticas que protejam os trabalhadores e garantam que a automação não seja sinônimo de exploração ou desemprego em massa.


Uma das principais estratégias que os sindicatos podem adotar é a negociação de requalificação profissional. Com a automação crescente, muitos trabalhadores precisarão adquirir novas competências para se manterem competitivos no mercado de trabalho. Nesse contexto, os sindicatos podem ser fundamentais ao pressionar por políticas públicas de formação e capacitação que permitam aos trabalhadores se adaptarem às novas demandas do mercado. Além disso, a atuação sindical deve focar em acordos e convenções coletivas que garantam condições justas de trabalho para aqueles que ainda estão empregados em setores com alta automação.


Outro ponto que foi destacado durante o seminário foi a necessidade de os sindicatos incorporarem a IA nas suas próprias atividades. A tecnologia pode ser uma aliada poderosa na organização e mobilização de trabalhadores. Ferramentas de IA podem ajudar os sindicatos a monitorar tendências no mercado de trabalho, prever riscos de desemprego em determinados setores e até organizar campanhas de sindicalização de forma mais eficaz. Ao coletar e analisar grandes volumes de dados, os sindicatos podem melhorar a comunicação com os trabalhadores e desenvolver estratégias mais precisas para proteger seus direitos.


Além disso, a IA pode ser utilizada para criar plataformas de comunicação mais acessíveis, possibilitando a interação direta entre sindicatos e seus associados, facilitando o envio de informações, a organização de reuniões e até a realização de votações de forma virtual. No campo da comunicação, a IA permite a automação de tarefas como o envio de e-mails e o monitoramento de redes sociais, possibilitando que os sindicatos acompanhem o que está sendo discutido no ambiente digital de maneira mais eficiente.



Riscos e desafios da IA para o movimento sindical

No entanto, ao mesmo tempo em que os sindicatos podem usar a IA a seu favor, também devem estar atentos aos riscos que essa tecnologia representa. Uma das grandes preocupações é o monitoramento excessivo que a IA pode proporcionar. Ferramentas de IA já estão sendo usadas por algumas empresas para monitorar o comportamento de seus empregados, seja no ambiente de trabalho ou nas redes sociais. Isso pode ser uma ameaça à privacidade dos trabalhadores e uma ferramenta de controle excessivo que os sindicatos precisam combater.


Outro risco importante é a desumanização das relações de trabalho. A dependência de algoritmos para tomar decisões relacionadas a contratações, promoções e até demissões pode ser prejudicial para os trabalhadores, já que as decisões automatizadas nem sempre levam em conta fatores subjetivos e contextuais que só os humanos conseguem interpretar de maneira justa. A falta de transparência em como os algoritmos tomam decisões também é uma questão crítica que precisa ser debatida.


Os sindicatos devem estar atentos para que a implantação em massa de sistemas de inteligência artificial não levem milhares ao desemprego. O patrão busca lucro máximo, mesmo que isso signifique milhares de demissões.


Além disso, a IA levanta a preocupação de que os ganhos econômicos proporcionados pela automação não sejam distribuídos de maneira equitativa. Sem uma atuação sindical forte, há o risco de que os benefícios econômicos gerados pelo aumento de produtividade fiquem concentrados nas mãos de poucos, enquanto a maioria dos trabalhadores enfrenta desemprego ou precarização de suas condições de trabalho.



O futuro da atuação sindical com IA

O seminário da UGT deixou claro que os sindicatos precisam se atualizar e se adaptar às novas realidades tecnológicas para continuarem sendo uma voz forte na defesa dos trabalhadores. A Inteligência Artificial, se bem utilizada, pode se tornar uma aliada na luta por melhores condições de trabalho, ao mesmo tempo que oferece novos desafios que precisam ser enfrentados com cautela e planejamento.


Ao fim do evento, foi consenso entre os participantes que a chave para lidar com a IA no mundo do trabalho é equilibrar inovação tecnológica com proteção social. Os sindicatos têm um papel essencial em garantir que a implementação de novas tecnologias respeite os direitos dos trabalhadores, promovendo um futuro do trabalho mais justo e inclusivo.


A participação da FITIASP no Seminário de Comunicação Sindical da UGT demonstra o compromisso da federação em estar à frente dos debates sobre as transformações no mundo do trabalho e em buscar soluções que protejam os trabalhadores frente às mudanças tecnológicas. A IA é uma realidade que não pode ser ignorada, e o movimento sindical, ao se apropriar dessa tecnologia, pode garantir que ela seja usada em favor dos trabalhadores, e não contra eles.


Com isso, a FITIASP reforça a importância de continuar acompanhando essas discussões e trabalhando para que, no futuro, a tecnologia e os direitos dos trabalhadores caminhem juntos.


Fortaleça seu sindicato!




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