08/10/2024
Por Ricardo Patah, Presidente da UGT
Os jogos de azar sempre foram criados para beneficiar seus organizadores, e não os apostadores. Ninguém monta um cassino ou um site de apostas para perder dinheiro. Por isso, é essencial que a sociedade reflita sobre o real objetivo por trás da liberação dessas apostas esportivas, conhecidas como "bets". Temos certeza de que a meta desses jogos não é trazer benefícios para quem aposta, mas sim gerar lucro para os detentores das plataformas.
O Brasil, já sobrecarregado por problemas sociais e econômicos, agora enfrenta mais um dilema: a proliferação das bets. A legalização desses jogos, que começou em 2018, é nada menos que um crime contra a economia popular. Digo isso porque a proibição dos jogos de azar foi estabelecida em 1946 pelo Decreto-Lei 9.215, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. O motivo? O jogo era considerado degradante para o ser humano.
Então, o que mudou de 1946 até 2024? Será que os jogos de azar deixaram de ser prejudiciais à dignidade das pessoas? Claro que não. Pelo contrário, o impacto social dessas apostas, principalmente entre os mais vulneráveis, continua a ser grave e alarmante. Hoje, cinco anos após a liberação das bets, o Senado conclui que esses jogos podem representar um risco social com efeitos negativos profundos.
O problema das bets vai além da exploração financeira dos apostadores. Elas incentivam o vício, corroem os laços familiares, e podem levar muitas pessoas à ruína financeira. Essa realidade é cruel e está escancarada para todos, mas o que chama a atenção é a conivência de uma parte do poder público. Por que nossos parlamentares decidiram apostar em mais esse problema, quando o país já enfrenta tantos desafios?
Não há como ignorar que, por trás dessa liberação, estão os interesses de contraventores que usam esses jogos como meio de lavar dinheiro. Enquanto isso, o prejuízo recai sobre a população, que é incentivada a apostar na ilusão de uma vitória, quando na verdade está destinada à derrota.
Portanto, é urgente que voltemos a discutir a proibição desses jogos. Eles não trazem nenhum benefício à sociedade, a não ser para aqueles que lucram às custas dos sonhos e da esperança de pessoas em situação de vulnerabilidade. Não precisamos dessa jogatina desenfreada. Precisamos, sim, de um país que invista em oportunidades reais, em políticas públicas que promovam o desenvolvimento social e econômico, e não em jogos que minam a economia popular.
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UGT - União Geral dos Trabalhadores