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Por Ricardo Patah, Presidente da UGT

Nos últimos anos, a questão dos microplásticos no meio ambiente tem se tornado um tema de grande preocupação para a ciência e a sociedade. Essas pequenas partículas, com menos de 5 milímetros, estão presentes em diversos aspectos do nosso cotidiano: desde a água que bebemos, os peixes que consumimos, até outros alimentos que entram em contato direto com essas substâncias. O mais alarmante é que, ao consumirmos esses produtos, estamos inevitavelmente ingerindo microplásticos, contaminando nosso corpo com algo cuja dimensão de impacto ainda é desconhecida.

A ciência tem estudado os efeitos dos microplásticos na saúde humana, mas ainda há muitas lacunas no entendimento sobre as consequências desse problema global. O que já sabemos é que os microplásticos são encontrados nos oceanos, em rios e até no ar que respiramos. A questão é grave e urgente, pois a presença desses materiais nos organismos marinhos, como peixes e mariscos, faz com que eles entrem na cadeia alimentar e, consequentemente, no nosso corpo.

O perigo é duplo: não só estamos diante de uma crise ambiental, que afeta ecossistemas inteiros, como também estamos potencialmente colocando em risco a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Estudos apontam que substâncias químicas presentes nos plásticos podem ser liberadas no organismo humano, o que nos coloca diante de um cenário preocupante. Entretanto, a ciência ainda não possui respostas claras sobre quais serão os efeitos a longo prazo.

É fundamental que esse tema entre nas pautas de políticas públicas globais, com a devida atenção e urgência. Precisamos, como sociedade, adotar medidas preventivas para diminuir a produção e descarte inadequado de plásticos. A conscientização sobre o uso excessivo de embalagens plásticas, o incentivo à reciclagem e a busca por alternativas sustentáveis devem ser prioridades tanto para governos quanto para o setor privado.

Ao mesmo tempo, é imperativo que mais pesquisas sejam conduzidas para compreendermos de maneira completa os danos que os microplásticos podem causar à saúde humana. Não podemos esperar que os efeitos se manifestem para só então agir. Devemos aprender com os erros do passado, como o caso do amianto e outros materiais que, por anos, foram usados amplamente sem que se soubesse dos seus efeitos nocivos.

A luta contra a poluição plástica, e especialmente contra os microplásticos, é uma batalha que envolve todos nós. Desde o consumidor até o grande empresário, todos precisamos entender o nosso papel na preservação do meio ambiente e da nossa própria saúde. Só com ações concretas e uma mudança de mentalidade conseguiremos reduzir o impacto dessa contaminação silenciosa.

O futuro da humanidade depende das escolhas que fazemos hoje, e uma dessas escolhas deve ser o combate decisivo contra o avanço dos microplásticos em nossos ecossistemas e em nossos corpos.

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