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Seminário da USP Debate Políticas de Ações Afirmativas e o Papel da Academia na Inclusão de Refugiados e Imigrantes


23/09/2024

Entre os dias 16 e 20 de setembro de 2024, a Universidade de São Paulo (USP) promoveu o Seminário “Universidade em Transformação: Políticas de Ações Afirmativas na Pós-Graduação”, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades (PPGHDL), vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), em parceria com núcleos e grupos de pesquisa. O evento contou com a participação de destacados especialistas, incluindo a Assessora de Assuntos Migratórios da UGT, Benazira Djoco, que trouxe sua expertise e vivência como imigrante para o debate.


O seminário teve como objetivo promover o diálogo e a troca de saberes entre a comunidade acadêmica e professores convidados, além de discutir estratégias para ampliar a diversidade nas universidades brasileiras. As ações afirmativas adotadas pelo PPGHDL têm sido um exemplo de compromisso com a inclusão, reservando até 80% das vagas para grupos historicamente marginalizados, como pessoas autodeclaradas negras, indígenas, quilombolas, transgêneros, portadoras de deficiência, apátridas e refugiados.


Durante sua fala, Benazira Djoco destacou a importância das parcerias entre universidades e iniciativas voltadas para refugiados e imigrantes, sublinhando como a educação superior é um caminho fundamental para a inclusão social e econômica. Ela também relembrou datas significativas durante sua apresentação, mencionando o aniversário de Paulo Freire, celebrado em setembro, e a importância de suas ideias no campo da educação e inclusão social. "A imigração é um dos maiores desafios da humanidade, e a academia tem o poder de transformar vidas. Devemos pensar na inserção dos refugiados na sociedade brasileira, criando ambientes que permitam que essas pessoas tenham asas para voar, como propôs Paulo Freire," afirmou Benazira.


Além disso, Benazira destacou o aniversário da independência de Guiné-Bissau, comemorado no dia 24 de setembro, reforçando a importância de lembrar o papel de líderes como Nelson Mandela na luta pela liberdade e pelos direitos humanos. Ela pontuou que, assim como Mandela, muitos refugiados buscam apenas a oportunidade de reconstruir suas vidas em terras estrangeiras. "Quando pensamos em imigração, devemos pensar em como essas pessoas podem contribuir para a sociedade brasileira, e a educação é uma das chaves para isso", acrescentou.


Ela também ressaltou a relevância da parceria com a USP, uma das maiores universidades da América Latina, capaz de gerar oportunidades reais para refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade. "A USP e outras instituições de ensino têm um papel vital na formação e no acolhimento de refugiados. É por meio da educação que podemos criar uma sociedade mais justa e inclusiva", afirmou Benazira.


O seminário também celebrou as ideias de Paulo Freire, grande educador brasileiro, cujas concepções sobre pedagogia crítica inspiram a construção de ambientes educacionais que empoderam e transformam. A referência a Freire reforçou a ideia de que a educação deve ser um espaço de resistência e emancipação, especialmente para aqueles que enfrentam desafios como a imigração forçada.


A roda de conversa, que aconteceu no dia 20 de setembro em um centro de pesquisa, cultura e ações sociais, complementou o evento, oferecendo cursos e espaços de diálogo para refugiados e imigrantes aprofundarem seus estudos e ampliarem suas possibilidades de inserção na educação superior.


Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que apoia iniciativas de inclusão e diversidade, eventos como o seminário da USP são fundamentais para discutir o futuro do trabalho e da educação no Brasil. "A inclusão de imigrantes e refugiados nas universidades e no mercado de trabalho é uma questão de justiça social, e precisamos criar políticas públicas que assegurem esses direitos", destacou a UGT em nota.


Com debates profundos e propostas concretas, o Seminário “Universidade em Transformação” trouxe luz a uma das questões mais urgentes de nosso tempo: como a academia pode e deve atuar como um agente de mudança social, promovendo a inclusão e garantindo que todos, independentemente de sua origem, possam ter acesso ao direito de estudar e prosperar.




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