28/06/2024
Em uma assembleia histórica realizada pelo Sindicato dos Motoristas e
Trabalhadores em Transporte Rodoviário de São Paulo (SMTTRUSP), entidade filiada
a União Geral dos Trabalhadores (UGT), na tarde desta sexta-feira (28/06), a
categoria decidiu, por unanimidade, entrar em greve em todas as garagens da
cidade. A decisão impacta tanto o sistema estrutural quanto o sistema local de
transporte. O evento contou com a presença de mais de cinco mil trabalhadores
reunidos na frente do Sindicato, além de outros 10 mil que acompanharam a
transmissão online.
A greve foi motivada pela intransigência do setor patronal, que até o momento não apresentou uma contraproposta que atenda minimamente às exigências dos trabalhadores. As reivindicações da categoria são claras e justas, e incluem:
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Reajuste Salarial: A categoria
exige um reajuste de 3,69% com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA-IBGE), além de um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais
acumuladas durante a pandemia, estimadas em 2,46% pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
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Participação nos Lucros e Resultados
(PLR): Os motoristas reivindicam a ampliação da PLR, garantindo um
maior reconhecimento do esforço e contribuição dos trabalhadores para o sucesso
das empresas de transporte.
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Reajuste no Vale-Refeição: A
demanda inclui um reajuste do ticket para 38 reais, permitindo que os
trabalhadores tenham acesso a refeições de melhor qualidade.
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Cesta Básica: A categoria exige
cestas básicas com produtos de qualidade e o fim do termo “SIMILAR”, que
permite a entrega de produtos de menor valor ou qualidade.
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Seguro de Vida: Os motoristas
pedem um reajuste de 17% no seguro de vida e cobertura equivalente a 10
salários mínimos, conforme estipulado pela Lei 12.619 (Lei do Motorista).
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Melhoria nos Convênios: Há uma
demanda por melhorias significativas nos convênios médico e odontológico, que
são essenciais para a saúde e bem-estar dos trabalhadores e suas famílias.
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Jornada de Trabalho: A
categoria quer a redução da jornada de trabalho para 6h30 trabalhados mais 30
minutos de almoço remunerado ou 6 horas trabalhadas e 1 hora de almoço remunerada.
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Auxílio Funeral: Reivindica-se
uma revisão dos valores do auxílio funeral e a criação de um cartão de uso
emergencial para cobrir despesas imediatas.
A assembleia, marcada por um forte espírito de união e determinação, deixa
claro que os motoristas estão dispostos a lutar por melhores condições de
trabalho e por um reconhecimento justo do papel vital que desempenham na
mobilidade urbana. A decisão de entrar em greve reflete a frustração crescente
com a falta de progresso nas negociações com o setor patronal, que até agora
tem se mostrado inflexível.
O SMTTRUSP destaca que a greve é um instrumento legítimo de luta e que a
decisão de paralisar as atividades foi tomada após esgotadas todas as
tentativas de negociação. A categoria espera que a greve sirva como um alerta
para os empregadores e para a sociedade sobre a importância de valorizar e
respeitar os direitos dos trabalhadores do transporte, que são essenciais para
o funcionamento da cidade.
A greve terá início em todas as garagens de São Paulo e afetará tanto o
sistema de transporte estrutural quanto o local, até que uma proposta justa e
adequada seja apresentada e aceita pela categoria.
Esta greve representa não apenas uma luta por melhores condições de
trabalho, mas também um movimento em defesa da dignidade e dos direitos dos
trabalhadores que diariamente garantem a mobilidade e o transporte de milhões
de paulistanos.
UGT - União Geral dos Trabalhadores