25/06/2014
O saldo líquido de empregos formais gerados em maio foi de 58.836 vagas, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira, 24, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É o menor resultado para um mês de maio desde 1992. O setor da indústria de transformação foi o responsável pela maior quantidade de demissões líquidas - os desligamentos superaram as admissões em 28.533 vagas.
A geração de empregos em maio foi 18,31% menor que o mesmo mês do ano passado, quando o volume de vagas criadas, sem ajuste, foi de 72.028. Na comparação da série com ajuste, o resultado caiu 47,10%. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE e é a preferida do Ministério. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
Dos 12 segmentos da indústria, apenas um (indústria química) contratou mais do que demitiu no mês passado, com 3.119 novos empregos. O pior resultado no setor foi a indústria mecânica, com um corte de 6.644 vagas. "O resultado foi surpresa na medida em que não esperávamos queda tão expressiva no setor industrial", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.
Com o resultado de maio, a geração de empregos no governo Dilma Rousseff superou a marca de 5 milhões de contratações formais. No acumulado do ano até maio, houve criação líquida de empregos formais de 543.231 vagas.
Por outro lado, a agricultura foi o setor que respondeu no mês passado pela maior geração de vagas, com 44.105 vagas. Em seguida, ficou o setor de serviços, com 38.814 postos de trabalhados gerados. A construção civil gerou 2.692 novas vagas no mês. O comércio apresentou um saldo negativo de 825 vagas em maio.
Pessimismo. Dias atribuiu ao "pessimismo dos empresários" o resultado ruim do setor industrial na geração de empregos com carteira assinada em maio. Além disso, Dias reconheceu que o próprio governo esperava um desempenho melhor no mês. "Se não tivesse ocorrido queda de geração de emprego na indústria, geraríamos 100 mil empregos no mês", disse Dias.
Além disso, Dias argumentou que sua equipe enxerga que parte considerável dos empregos que a Copa do Mundo promoveria foram contabilizados no início do ano, mais especificamente em fevereiro.
Depois de dizer que a indústria brasileira não consegue produzir o suficiente para atender a demanda do País, Dias afirmou que a indústria brasileira vai se recuperar, mas não quis arriscar quando essas mudanças serão sentidas. "Esperamos que medidas de ajuda à indústria ajudem (o setor)", afirmou, em referência ao anúncio do governo federal na última semana, com prorrogação de benefícios para o segmento.
Sobre o setor de serviços, que apresentou saldo de geração de 38.814 empregos em maio, Dias afirmou que a área continuará em crescimento. "Vivendo o pleno emprego, o Brasil não tem tanta demanda (de mão-de-obra) quanto no passado", argumentou o ministro.
O governo não revisou a previsão de geração de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos formais neste ano. Segundo Dias, o dado será revisado em julho, quando o Ministério de Trabalho divulgar os dados referentes a junho. Para este mês, o ministro afirmou que já espera melhora nos dados do Caged.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores