09/04/2024
A recente partida de Ziraldo, uma figura emblemática na cultura brasileira, deixou um vazio não só na literatura e nas artes visuais, mas também ressoou profundamente entre aqueles engajados nos estudos e nas lutas trabalhistas.
Ziraldo, com sua habilidade única de comunicar-se através de seus desenhos e textos, não se limitou ao universo do entretenimento. Ele utilizou sua arte como uma ferramenta de intervenção social, posicionando-se ativamente em debates sobre direitos trabalhistas, a importância dos sindicatos, e as lutas cotidianas enfrentadas pelos trabalhadores no Brasil.
Um dos exemplos mais significativos do compromisso de Ziraldo com as questões trabalhistas é a sua colaboração na criação de uma cartilha sobre trabalho infantil. Este material, desenvolvido em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), serviu não apenas como um recurso educativo, mas também como um manifesto artístico contra a exploração do trabalho infantil.
Iara Alvarenga Freire, Secretária da Criança e do Adolescente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), destacou a importância da cartilha, não só no combate ao trabalho infantil, mas também como um marco na interseção entre arte e ativismo social. A colaboração de Ziraldo com o MTE ilustra como o engajamento e a sensibilidade artística podem ser poderosos aliados na promoção de mudanças sociais.
A perda de Ziraldo é sentida em múltiplas frentes, mas seu legado permanece vivo, inspirando novas gerações a utilizarem suas vozes e talentos na luta por um mundo mais justo.
Seu trabalho transcendeu as barreiras do entretenimento, posicionando-se firmemente ao lado dos trabalhadores, e demonstrando o papel vital que artistas e intelectuais podem desempenhar em movimentos sociais e trabalhistas.
A cartilha sobre trabalho infantil é apenas um exemplo do impacto duradouro de Ziraldo, um lembrete de que a arte pode e deve ser um veículo para a transformação social.
UGT - União Geral dos Trabalhadores